Festa vermelha – ATUALIZADO
Written by urbe, Posted in Urbanidades
Eu vou.
Mentira, vou nada. Mas, se estivesse em São Paulo, iria. A iniciativa parece legal.
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23/05/2006
Que parada do mal.
Supostamente, a festa do copo vermelho parecia um inocente encontro de blogueiros de todo o país. Não se sabia quem estava organizando — o que deveria ter sido motivo o suficiente pra desconfiar — mas a oportunidade de encontrar com essas pessoas parecia bacana.
Tinha visto o nome de muita gente que costumo ler na lista. Quando vi confirmações como a dos vizinhos Inagaki e Trabalho Sujo, blogueiros de confiança, imaginei que era pra valer.
Coloquei o convite no URBe, confirmando minha presença (bom, no caso, apoio ao evento, já que era em SP e não poderia ir). Então, o André deixou um comentário esquisito e, junto, uma pulga atrás da minha orelha.
Ação de marketing? Tinha uma empresa por trás disso? Claro que sim. A exigência da data de nascimento na entrada no saite dava a dica: deveria ser algo ligado a marcas de bebidas alcóolicas ou tabaco. Poderia também ser pornografia.
Não é pornografia, mas é sim uma tremenda putaria.
Seguindo un linque indicado pelo Inagaki, descobri que trata-se de uma campanha de uma marca de uísque, que aproveitando-se da boa fé da blogosfera, infiltrou de maneira oculta sua propaganda em diversos saites. Sem avisar, sem pedir, sem consultar.
O que a pressa de atualizar o blogue não faz. Pra piorar, além do embaraço público de ter caído nessa, repare na goiabice: a festa era no dia 20 de maio. E escrevi a respeito no dia 22. Tsc, tsc…
Por que você achou a iniciativa interessante?
Pra mim é só uma ação de marketing como outra qualquer. Com o detalhe de ter associado o nome de um monte de pessoas à sua campanha sem avisar ou pedir autorização.
Achei interessante a idéia de um encontro no mundo real de tanta gente que se lê e se fala por e-mail.
Na página deles dão a opção para, quem quiser, ter seu saite retirado da lista.
Não enxerguei como uma ação de marketing. Tem alguma empresa por trás disso e eu não percebi? Se sim, pf, dá um toque.
Abs,
Carái, André, achei uns posts muito do mal sobre o tal copo vermelho.
Estou atualizando o post.
que absurdo, que invasão!
Opa!! Que doideira, hein? Entrei no bagulho mas não percebi nada. Caildis!
abs!
C.
Bruno, vivendo e aprendendo: não existe almoço grátis.
“Márquetim de guerrilha” é o nome da parada. Manêro, né? Pois é. Mas eu andei procurando comentários do povo que foi na festa e parece que nego achou bacana mesmo. Ninguém achou ruim. É…
Quem escreveu legal sobre essa ação e esse tipo de idéia foi o marioav.blogspot.com.
Não duvido que a festa tenha sido mesmo boa, nem tenho nada contra marketing de guerrilha (que mal ou bem é o que todos nós, independentes, fazemos).
O que me desagradou foi a omissão, a pegadinha. Isso não é legal, pra marca nenhuma.
A festa em si muito provavelmente foi divertida mesmo, não duvido. Mas esse tipo de marketing eu tô foraço.
Será que o Allan Sieber fez os cartuns dele sobre o copo vermelho, de grátis, sacando o que era a parada? Ou o texto que o Ubiratan Leal fez no Balípodo, até com promoçãozinha? Sei lá, de repente sabiam…
Caros, eu estive na festa do copo vermelho como convidado das Garotas que Dizem Ni. Eu e o Luiz até botamos o selo-convite no site, pelo simples motivo de ir a uma festa comer, beber, encontrar pessoas e tudo mais di grátis.
Os sites que não estavam na ação de criar algo sobre “o copo vermelho”, colocaram o selo por livre e espontanea vontade… .
Muitos sites, como o do Sieber e tantos outros receberam cascalho pra criarem algo a ver com copo vermelho, sem intenção de mostrar o produto, mas que o produto ficasse como algo subjetivo para os leitores palpitarem. Achei interessante a idéia, não acho que ninguém caiu ali de inocente. A empresa fez a parte dela e nós fizemos a nossa: comemos, bebemos e encontramos pessoas e tudo mais di grátis.
Acho que é isso… .
Abs, Tércio.
Eles sabiam que era uma ação de marketing e foram pagos por isso, mas eles não sabiam exatamente qual produto era.
Ninguém caiu nessa de inocente, mesmo os que só colocaram o selo-convite, colocaram pq queriam ir na festa.
Bruno, pois eu fui a essa festa e não vi nenhum motivo para tamanha celeuma. Reencontrei amigos, comi e bebi de graça,
conheci pessoas que há tempos queria encontrar in loco, como o Mr. Manson, o Mario AV ou o Matias. E o que precisei
dar em troca? Um post que sequer escrevi sobre o tal evento? Ótimo. Espero que a agência Espalhe e seus clientes prossigam patrocinando minhas diversões.
Quanto à tal “boa fé da blogosfera”, sei não. Bastava uma busca boba no Google por “copo vermelho” para sacar qualé que era dessa festa, e quem a estava bancando. Não creio que existam ingênuos neste mundo da Web.
Fala Inagaki,
Repito o que disseo pro André, não duvido que a festa tenha sido legal. Se estivesse em São Paulo, provavelmente teria ido. O que pega é fazer as coisas desse jeito, escondido.
Pra mim tem que ser tudo as claras. Se é um encontro de blogueiro patrocinado por uma empresa, que se diga isso.
O que não pode, a meu ver, é botar uma campanha na rua, utilizando os blogues como veículo, sem avisar que é uma campanha. Isso chama-se mentir.
Sou muito a favor do encontro, tanto que divulguei aqui no URBe. Mas, o correto seria avisar que festa era patrocinada e que se tratava da divulgação de uma campanha.
Do jeito que foi, não existiu a opção de se divulgar o produto ou não. Teria que ser avisado que as coisas estavam interligadas.
Abs,
A propósito, Inagaki, só pra evitar qualquer mal entendido, ao citar o seu blogue e o do Matias, não estou fazendo nenhum juízo de valor.
Muito pelo contrário.
Exatamente porque vi o nome de vcs lá, é que pensei que deveria ser algo legal. E era exatamente isso que eles queriam, né.
Não sei se vc já sabia que era uma campanha antes de confirmar, se só soube lá ou só hoje, como eu. Não faz diferença. Não é esse o ponto que me incomoda.
O que pega, pra mim, é as coisas terem sido feitas escondidas. Gostaria de ter sido avisado que estava divulgando uma campanha antes de colar essa filipeta no meu saite ou de usarem o nome do URBe nisso tudo. Só isso.
Abs,
Mas a filipeta que vc colou não tinha nada escondido. Dizia que era uma festa, só. Pra reunir blogueiros e alguns convidados e foi de fato o que aconteceu. E o produto nem foi tão exposto assim… .
Sei lá, acho que não entendi muito bem sua indignação.
Tércio,
Devo estar cego então. Onde nessa filipeta, ou no saite para o qual ela direciona, dizia que se tratava de uma campanha publicitária de uma marca de bebida?
Não diz. Você mesmo destacou, “dizia que era uma festa, só”.
Não informa, portanto, a verdade, que tratava-se de uma ação de marketing. Escondeu isso.
Utilizou sabe-se lá quantos saites e blogues como veículo de comunicação de sua campanha sem pedir licensa, sem consultar, sem pagar. Mentindo, na cara dura.
Não podemos ser ingênuos. A marca de bebida não está bancando uma festa dessas sem querer ter algo em retorno. E é justo que tenha, publicidade funciona assim.
Acontece que, talvez com medo de ninguém divulgar o conceito misterioso do copo vermelho se escancarasse o patrocínio, eles preferiram esconder. E isso simplesmente não está certo.
Se não há problema nenhum em ter patrocínio (e não há mesmo), porque não divulgaram isso então?
Minha indignação é com o fato de terem mentido. Não gostei de colar uma propaganda no meu saite e contribuir para os ganhos institucionais e financeiros de uma empresa sem sazer que estava fazendo isso e sem ser consultado a respeito.
Cada um faz o que quer e o que acha que é certo ou melhor para sim. Não estou julgando sua visão. Simplesmente, é diferente da minha.
Abs,
Pensei num exemplo bobo, Tércio. Do mundo prático e mais conhecido da propaganda, sem nomes modernos como “marketing de guerrilha”>
O que vc acharia se colassem um adesivo da Red Label na traseira do seu carro, um bem particular, sem te perguntar ou te pagar?
E se fizessem isso numa frota inteira de carros?
Você gostaria de ficar andando por aí fazendo propaganda sem saber? Eu nao.
Taxistas e empresas de ônibus faturam uma boa grana pra fazer isso. E, mais importante que o dinheiro envolvido, o fazem SABENDO que estão fazendo.
Pois foi exatamente isso que fizeram com essa campanha.
Os carros são os blogues, as propaganda é o copo vermelho, a blogsfera é a frota e os táxis e ônibus são os grandes portais de comunicação.
Absurdo.
A discussão está rendendo um bocado!
Acho que a empresa, antes dos blogueiros, teve a opção de divulgar ou não a associação com a sua marca. Optou por não fazer e isso é questionável, já que os blogs citados é que são referência na Web brasilis.
Mas não foi assim. Deixou o nome de cada um lá, e coube a quem quisesse reclamar ou não. Cada um com seus motivos. Uns pensando na boa iniciativa do encontro (que de fato é) e outros na “pegadinha marqueteira” em que foram metidos.
Acho que é interessante comentar no que diz respeito à “divulgação” do nome no site do copo vermelho, que os papéis se inverteram e está claro: quem é que divulgou quem? Quem é que está sendo primeiramente beneficiado? A empresa ou o escritor? Será que há uma “troca” em partes iguais?
Para não ficar em cima do muro, minha resposta à ultima pergunta é não. A empresa está se beneficiando, e muito. Independente de quem se satisfez bebendo, comendo ou encontrando os colegas.
Ela deveria ter consultado os escritores antes e deveria associar a marca ao evento.
Por fim, daria a chance de receber respostas favoráveis ou desfavoráveis, além de abrir um canal de negociação, que é onde reside o ponto principal da história, na minha opinião. Sem ingenuidade.
Eu honestamente postei a filipeta porque nem me passou pela cabeça ser algo patrocinado por uma empresa. Achei mesmo que fosse iniciativa de alguém, independente.
Eles oferecem um endereço de e-mail no saite, caso alguém queira ser retirado da lista.
Eu quis. Escrevi duas vezes. Claro que ainda estou lá.
saca o bateboca etilico:
http://www.ovelhaeletrica.com/blog/2006_05_11_o-que-tem-no-copo-vermelho.html
Bruno, no site tinha a opção de colocar a filipeta invisivel, de modo que o selo não aparece na home.
Não tem como comparar com uma ação do tipo “eles vão lá e colam um adesivo na traseira do seu carro” pq você botou a filipeta pq quis.
Mas como vc disse, temos opiniões diferente sobre isso.
Abs.
Vi essa opção da filipeta “invísivel” (invísivel mais ou menos, porque o código entraria no ar de qualquer jeito).
Isso, além do fato de exigir data de nascimento na entrada, era até mais uma dica pra desconfiar que havia algo de errado.
Agora, te pergunto:
Pra que eu ia querer botar uma filipeta invisível seu eu não sabia que era propaganda?!
Podia ter até a opção “coloque a filipeta e ganhe dinheiro” que continuaria errado. Tinha que avisar que era propaganda.
Inclusive, conversei com um advogado de direitos autorais sobre isso essa semana e ele acha que é passível de processo inclusive.
A polemica esta boa. De toda a maneira se era campanha de algum produto, principalmente bebida alcoolica deveria estar claro.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
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