quarta-feira

26

janeiro 2005

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"Eu não vou mudar"

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* Confira um trecho do show na URBe TV

Primeiro foi Moreno+2, depois Domenico+2. Agora é a vez do Kassin+2. Assim como as duas primeiras variações, o grupo manteve a tradição e mostrou no HPP — em primeira mão — o novo formato, completando o rodízio.

Antes deles, Donatinho, filho de João Donato apresentou seu funk-acid-jazz, com influências de Herbie Hancock à Jamiroquai. Acompanhado por uma boa banda, com destaque pra groovezeira grosseira do baixista André Vasconcelos, o tecladista apresentou músicas próprias e versões, como “Fever”, que já foi regravada por Madonna.

Além dos muitos problemas de equipamento no palco (causados, talvez, pela enorme quantidade de pedais, talk box e instrumentos), depois de um tempo o virtuosismo cansou e a platéia esvaziou. Como diz um amigo meu, show de jazz deveria ter uma regra limitando à apenas uma demonstração de técnica por instrumentista.

O espaço lotou novamente quando o Kassin+2 subiu no palco. Num show concorrido, cheio de nomes conhecidos na platéia (Chrissie Hynde, Los Hermanos, Nelson Motta, Hermano Vianna, etc.) a banda mostrou as músicas que estarão no seu próximo disco, que ainda nem começou a ser gravado.

Na abertura, um tiro certo: “Tranquilo”, música de sua autoria também gravado por Thalma de Freitas. Um pouco nervoso, pela primeira vez na posição de homem de frente, Kassin manteve ao seu lado papéis com as letras das músicas. “Não tenho saco pra decorar”, explicou. Coube ao baterista Domenico o papel de pilar da banda, não deixando desandar nem quando Kassin errou e pediu pra voltar. Domenico seguiu em frente e o conjunto se acertou.

Menos experimental que Domenico+2 e mais pop que o Moreno+2, as composições são calmas, de letras leves, bem diferente do que vê quando Kassin está tocando no Acabou la Tequila. Sua voz é pequena, sim, mas encaixa na proposta. Levadas de guitarrada paraense se misturavam ao cello de Moreno com naturalidade, sem forçar, mostrando que nada ali era gratuito. Boa trilha prum final de tarde, como o estampado no tênis do Kassin.

No repertório, música pra recém-chegada filha, “Quando Nara Ri”, para casais apaixonados e a excelente “Eu não vou mudar”. Da metade pro final, Kassin já estava solto, fazendo brincadeiras, dando gritos de “uhu!” e “Bahia!”, empolgado com o toque nordestino da bateria. Kassin não aguentou e desceu a não nas últimas três músicas, bem mais pesadas, como “Astronauta” e seu vocoder assustador.

Qual será o próximo passo do trio após essa formação é um mistério. Ele tanto pode acabar quanto virar apenas +2, juntando o melhor de cada formação e seguir adiante. Tomara que continuem.

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