sábado

15

outubro 2005

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Esquentando a chapa

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Uma semana antes de sua primeira apresentação oficial no Brasil, a cingalesa/inglesa M.I.A. deu uma amostra do que vem por aí. O lugar não poderia ser mais apropriado: um baile funk.

A curiosidade era grande. Afinal, apesar de seu disco “Aurular” ter influência declarada do gênero carioca, M.I.A. nunca havia estado em um baile. Por isso, em sua primeira noite no Rio, a cantora visitou logo dois de uma vez.

Acompanhada pelo DJ e produtor Diplo, Deise Tigrona (ou da Injeção) e mais um grupo de amigos, M.I.A. começou pela comunidade do Cantagalo, em Ipanema, animado pela equipe Pitbull. Na quadra da escola de samba lotada, O DJ Sunny anunciava, entre uma música e outra, a “participação da atração internacional Mía“.

Como não fala português e em inglês seu nome é pronunciado maia ou, soletrado,em.ai.ei., a cantora nem desconfiou que estava sendo anunciada. Quando soube, gelou.

Nervosa por não saber como se comunicar com o público e receosa da reação da galera à gringa, pensou em não cantar. Como a voz do DJ num lugar desses é a lei — e Sunny já tinha prometido — não havia outra saída.

Ao lado de Deise, M.I.A. foi pra beira do palco, arriscou um “e aí galera” e emendou um trechinho de “Bucky done gun”, música que usa a mesma base do maior sucesso de Deise, “Injeção”. A estréia foi rápida, nem deu tempo do público perceber o estava acontecendo. Aliviada, M.I.A. aproveitou o resto do baile para aprender novos passos de dança.

Do Cantagalo, o grupo partiu para Mangueira. O baile da verde e rosa acontece ao ar livre, numa rua estreita, com pessoas espremidas entre as biroscas de um lado e uma parede de caixas de som do outro. O estereótipo perfeito do que todos os sound systems deveriam ser.

Muitas cervejas depois, a noitada terminou com o dia já clareando. O batismo estava feito.

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