quinta-feira

29

maio 2008

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Ecos-ecos-cos-cos-sssss

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A primeira edição da festa Dublime na Fabric trouxe uma escalação em sintonia com um certo documentário.

De Lee Perry a Pole, passando por Don Letts, Congo Natty, Kode 9 e alguns dos principais nomes do dubstep, do jungle e do UK Roots, o evento foi um passeio pela linha evolutiva do dub, do berço jamaicano a improvável vertente alemã.

Com três pistas rolando simultaneamente, o esquema era cruel: escolhia-se um nome pra conferir, perdia-se, no mínimo, outras duas coisas muito boas.

Embora não seja uma presença rara em Londres, sendo de Leeds, o Iration Steppas teve prioridade. Tocando na menor pista, com MCs exaltando o time e um grave de amassar o peito, a versão de “Welcome to Jamrock” já valeu o set.

Don Letts fez um set pesado pacas, misturando digidubs com roots, transformando num presente o atraso para o início da apresentação do Lee Perry.

Em sua passsagem pelo Brasil, em 2007, acompanhado por uma banda que não era a sua usual, Lee Perry já fez mágica num pé só (o outro estava engessado), imagina acompanhado por Adrian Sherwood.

Além das bases e efeitos caprichados de Adrian, o grande barato da apresentação é que ela dura exatamente o tempo que Lee Perry leva para pintar um de seus quadros, no palco.

Misturando grafite com as pinceladas naïf, características da decoração do seu chamuscado estúdio, a Black Ark, Perry fala sem parar, entre improvisações e trechos de clássicos como “War inna Babylon”, “Curly locks”.

Perry é primeiramente um produtor, não um artista (embora tenha gravado várias músicas), então o ideal seria vê-lo mixando, coisa que ele já não faz mais.

O show é sim morno, mas isso pouco importa quando se está cara a cara com uma lenda da dimensão (dimensões?) de Lee Perry, com um pincel na mão, pintando os braços de quem os esticasse em sua direção.

Na outra pista, logo na sequência, o Pole tocou com um laptop, mixando e aplicando os efeitos ao vivo, através de uma mesa.

Resvalando no minimal house e mais dançante do que se poderia imaginar pelos discos, o alemão tem mesmo os dois pés no dub, por mais que diga em seu saite que é apenas uma influência.

Com os ouvidos zunindo de tanto grave, a parcela dubstep ficou pra depois.

A escalação completa da festa:

Pista 1 – ROOTS
Lee Perry Soundsystem & Adrian Sherwood (LIVE)
Dillinja (Valve Recordings)
Congo Natty aka Rebel MC (LIVE)
Caspa & Rusko (Dub Police), Loefah (DMZ/ Deep Medi)
Don Letts (Dub Cartel Sound System)
Souljazz Soundsystem
MCs Pokes, Warrior Queen & Rod Azlan

Pista 2: TEC
Pole (LIVE) (Scape/Mute)
Sleeparchive (LIVE)
Kode 9 (Hyperdub)
Scuba (Hotflush)
Pinch (Tectonic/Planet Mu)
Appleblim vs Peverlist (Skull Disco/Punch Drunk)
Downshifter (Skud/Hyponik)
MCs Flow Dan & Rogue Star

Pista 3 – POOM
Iration Steppas (Sub Dub)
Moody Boyz (Studio Rockers)
Antisocial (Deep Medi)
Blackdown & Dusk
Earl Gateshead (Trojan Sound System)
Jonny Trunk (Trunk Records)

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