Dirty Projectors conquista o Teatro Odisséia
Written by urbe, Posted in Música, Resenhas
A estranheza que a sonoridade do Dirty Projectors desperta beira o desconforto. Ritmos prevalecem sobre a melodia, harmonias vocais vão pra um lado e baixo e bateria pro outro, dando apenas algumas folgas para platéia achar que entendeu e vai dar pra acompanhar o resto.
É um pique-pega em que a banda está sempre a frente. Por isso não espanta o fato do Teatro Odisséia não ter recebido um grande público, ainda que houvesse mais gente do que se esperava. Sem falar que o Fla assumiu a liderança do Brasileirão horas antes e a comemoração virou o principal programa da noite.
“Stillness Is The Move”
O show prende tanto a atenção que, quando você finalmente entra na onda, acaba. A estrutura das músicas são muito interessante e bem montadas, encaixando passagens e trechos dispersos de maneira retalhada e ainda assim fazendo sentido.
Até o som do Odisséia, um dos piores do Rio, colaborou. Infelizmente, a apresentação começou com mais de duas horas de atraso, num domingo a noite, o que não é exatamente uma novidade e certamente colaborou para ausência de muita gente.
Quem lá esteve, no entanto, se encantou com a banda. Até os integrantes, conhecidos por sua postura fechada tanto no palco quanto fora dele, estavam soltinhos, fazendo piadas e rindo sem parar.
É raro ter a chance de ver uma banda tão pouco preocupada com fórmulas pop tocando por aqui, ainda mais num lugar pequeno. Quando pinta, tem que aproveitar, inclusive para possibilitar novos eventos. É uma pena que mesmo quem curte não se dá conta da importância do apoio od público para se criar uma cena, um circuito.
Bruno, vc tem informações se esse show se pagou? Se deu lucro ou prejú? Estou curioso para saber se é viável fazer esse tipo de coisa no Rio (banda internacional num bom momento em lugar pequeno). E você pegou bem leve na sua última frase, quem curte e não foi tem mais é que ficar quietinho e não reclamar quando shows bons não acontecem no RJ.
abs
Igor (que foi)
Foi demais.
Poder ver o Dirty Projectors tocando no odisséia foi uma benção. Eles acabaram de esgotar quatro noites em nova york, duas no bowery e duas no mhow. e isso só vai aumentar. é uma banda muito especial. Parabéns pra quem trouxe.
Questão de gosto, sempre, mas pra mim, música não fica tão melhor. eles fazem uma mistura linda de melodias e harmonias r&b em arranjos tortos. já viajei 3 horas pra vê-los nos eua.
Fala Igor, perguntei isso pro Sergio, um dos produtores, lá mesmo no Odisséia. Ele ficou de me passar uma posição depois que fechar tudo. Vamos ver se ele pinta por aqui.
rc, bem colocado.
realmente uma pena um show tao bonito nao ter o publico merecido mas acho q se tivessimos um show desses em um local maior ele perderia seu encanto…que venham mais shows assim para nossa cidade maravilhosa !!!
Dirty Projectors (não fui), Romulo Fróes, The Walkmen… três opções bacanas das últimas semanas que tiveram pouco público. Mas dá pra notar um esforço maior dos produtores de fazer um evento legal, buscar patrocínio, divulgar pela internet, etc. Pelo menos nos dois últimos notei que foi gente realmente interessada pela música e não por badalação, o que pelo menos pra mim que quero assistir o show é bom, não sei se tão bom para quem traz as bandas… Mas seria mais legal ver fãs lotando os lugares.
E acho que esse show do DP foi possível em grande parte porque eles foram tocar no Goiania Noise, aí talvez os custos tenham diminuido um pouquinho.
Falou tudo, Bruno, o show foi histórico. Achei bem cheio até para o que é. mas tambem achei muito mal divulgado, q hj é o maior problema dos shows cariocas. A falta de divulgação.
Espero que aconteçam mais desses por aqui. Afinal é através desse tipo de shows, que aos poucos pode ir se criando um público continuo que vai e frequenta shows…coisa rara no Rio hj.
abs
Tomás
Eu bem q tentei no sorteio,mas bati na trave…
o show tem sentido de viabilizar a tour de 3 datas, e é um investimento da Monstro e da Tronco para começar a solidificar uma parceria com Grupo Matriz.
Fala serio,,, cheguei la as 20hs, horario marcado no jornal. Sabe que horas abriu a casa? uma hora depois. E o show? Por volta de meia noite. Achei um puta desrespeito. Nao deu pra ficar amigo, tenho crianca pequena acordando as 6 da manha em casa. Acabei vendo uns 15 minutos e a m. do show de abertura. Pra mim nao valeu …
Pois é, uma antiga discussão que já surgiu por aqui no passado: os atrasos, as filas para entrar e pagar, o som ruim, os horários insanos para quem tem emprego “normal”… tudo isso desmotiva muito quem ama música (e o Dirty Projectors atrai mais quem ama música do que quem procura “hype”, apesar do hype). Quando vi que eles iam para o Rio, pensei “muito raro algo assim… se eu ainda estivesse por lá não perderia”. Mas daí fiquei pensando nesses problemas todos acima… Por que tem que ser assim? Aqui em dc eles tocaram no Black Cat, no dia do show voce sabe os horarios exatos do show de abertura e principal, tudo começa na hora prevista (muito antes de meia noite, claro, porque muita gente depende de metrô), não há quase filas. Para se criar um circuito, precisa-se de público, programadores mas também uma estrutura que o Rio ainda não tem, infelizmente.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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