Daime… paciência: jornalismo, sensacionalismo e (des)informação
Written by urbe, Posted in Urbanidades
A diferença já começa pelas capas: a foto as cores, as chamadas, a (falta de) isenção.
Com o assassinato do cartunista Glauco, o assunto Santo Daime voltou com força `a pauta da grande imprensa. É uma pena que raramente assuntos importantes sejam discutidos sem que para isso seja necessário uma tragédia para as pessoas prestarem atenção.
Tenho uma relação pessoal com o Santo Daime, através de familiares. Já participei e presenciei cultos, sérios e organizados, longe dos grandes centros urbanos onde, parece, a doutrina sofre para manter seus principais fundamentos. É uma experiência intensa e nem de longe recreativa, como alguns textos fazem parecer.
Como era de se esperar, Veja e Época, as duas principais revistas semanais do Brasil, estamparam o Santo Daime em suas capas. E como, de novo, era de se esperar, quem lê a matéria da Veja encontra um festival de desinformação. A Época foi mais equilibada.
Em meio a histeria, os termos “droga”, “alucinógeno” e “seita” têm sido utilizado com frequência. Isso é perigoso, pois exclui da equação um elemento importante, que é a transdendência, o efeito do transe provocado pelo próprio culto e pela auto-sugestão.
É normal, e já presenciei pessoalmente, gente que tomou todas as doses do culto e afirmar que não sentiu nada. Isso ressalta a importância da crença para sentir os efeitos do chá. Uma comparação possível seria com o poder dos placebos, sem com isso querer dizer que o Daime não tenha substâncias psicoativas.
Voltando as revistas, a matéria da Veja chama-se “Alucinação Assassina” e na capa lê-se:
“O psicótico e o Daime – até que ponto se justifica a tolerância com uma dorga alucinógena usada em rituais de uma seita?”
Mesmo poucos dias após o crime, cometido em circusntâncias tão complexas, envolvendo um viciado em drogas com distúrbios psiquícos, Veja não precisou de muito tempo para ser taxativa. Dentro da revista, repetiu o título da capa, adicionando:
“Tomar o chá alucinógeno da seita Santo Daime quando se tem um transtorno psíquico, afirmam especialistas, é o mesmo que jogar gasolina sobre um incêndio. Tudo indica que foi o caso de Cadu, o assassino do cartunista Glauco e de seu filho Raoni.”
Enquanto isso, a Época foi mais responsável. Com o título de “O Doido, o Daime & o crime”, a reportagem questiona mais do que afirma. Na capa, trazia o sub-título, com uma pergunta:
“O Daime provocou o crime? A morte do cartunista Glauco reacende o debate sobre o uso da droga indígena ayahuasca em rituais religiosos”
Preferiu-se “rituais religiosos” no lugar de “seita” e houve inclusive um cuidado de botar o “Doido” antes do “Daime” na hierarquia dos acontecimentos. Poderiam ter ido além e ter colocado o nome do chá após o “crime”, pois nessa história confusa ainda não ficou claro — e talvez nunca fique — qual o grau de importância do consumo do Daime para o que aconteceu.
Muitos outros fatores entram em foco nesse crime e pode-se iluminar qualquer um deles no lugar do chá: “classe média sem limites”, “jovens viciados”, “fácil acesso a armas”, “violência urbana”. A bem da verdade, nas cidades de hoje, infelizmente isso poderia ter acontecido de qualquer jeito, em qualquer outro lugar, como aliás, repetidas vezes acontecem.
Continuando com seus questionamentos — lembre-se que a publicação dessas revista se deu poucos dias após o crime, deixando pouco tempo para apurações mais profundas — a Época abriu a matéria com o seguinte sub-título, novamente uma pergunta:
“Qual a relação enter o consumo religioso da ayahuasca e o comportamenteo psicótico do assassino do cartunista Glauco?”
E ainda destacou:
“A família não internou Cadu mesmo depois de um surto, há três meses”
“O pai de Cadu diz que pediu a Glauco que não desse o chá a seu filho”
Outro semanário relevante, a Istoé havia dado capa para o Daime em fevereiro, quando o seu uso foi regulamentado, e ficou amarrada, sem querer repetir o tema. No saite da revista, encontra-se apenas uma entrevista em vídeo, descontextualizada, com a mãe de um suicida que, segundo ela, participava de rituais do Santo Daime.
Para efeito de comparação, o último parágrafo dos dois textos discutidos aqui servem para ilustrar a enorme diferença de abordagem. Primeiro, o da Veja:
“Na semana passada, uma entidade da Bahia chamada Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal pedindo a liberação da maconha “para uso terapêutico e religioso”. Caso a petição seja aceita, são grandes as chances de outras drogas entrarem para o rol de “sagradas”. Tolerância em excesso [NE: da família?], combinada com negligência na mesma medida e uma boa dose de vulnerabilidade, física ou emocional das partes envolvidas: eis uma boa receita para construir uma tragédia.”
[NE: os destaques são meus, as chaves também]
Na ânsia de demonizar o Santo Daime, a combinação de fatores proposta pela Veja é tão extensa e específica que dá a impressão de que as chances de algo assim se repetir são pequenas.
Agora, o parágrafo de encerramento da Época:
“É natural que, após a morte em circusntâncias estranhas de alguém tão conhecido como Glauco, surjam dúvidas e suspeitas em relação ao ambiente em que o crime foi formentado. Cadu Nunes podia ser desequilibrado. Mas recebeu abrigo no Céu de Maria, partilhou sua bebida alucinógena e, ali, travou relações com quem viria a matar, Glauco e seu filho mais velho. Não há necessariamente entre esses acontecimentos uma relação direta de causa e efeito. Mas é difícil afirmar que os fatos não guardam nenhum tipo de relação. Tendo emergido da mata e do meio caboclo, o santo-daime encontrou nos centros urbanos uma complexidade de problemas que seus fundadores não poderiam imaginar. Agora regulamentado pelo governo, cercado de regras para impedir abuso, o uso religioso da ayahuasca floresce. Rápido demais, aparentemente. Talvez fosse hora de o mesmo governo que legitimou a droga cuidar melhor da fiscalizaão de seu uso nas igrejas do daime. O Brasil não quer a morte de outros Glaucos nas mãos de outros Cadus.”
Como se vê, as abordagens são totalmente diferentes. É inegável que é necessário regulamentação e fiscalização para evitar tragédias, isso só vai ajudar. Não apenas em relação ao Daime, mas também a diversas outras substâncias disponíveis.
O que não pode acontecer é tomar a parte pelo todo — pior, a parte negativa — e setenciar uma cultura e religião de um século que utiliza um chá milenar (já que para muitos o tempo de existência parece importante na avaliação de uma religião) por conta do descontrole de um indíviduo.
O Estadão publicou uma reportagem e uma entrevista esclarecedora com Henrique Carneiro, professor de História da Universidade de São Paulo (USP) e fundador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip). Começa assim:
Estadão: Como entender os significados distintos que têm a droga no mundo de hoje?
Henrique: Em primeiro lugar, há um fenômeno contemporâneo de exacerbação do uso não apenas de drogas. É bom destacar: em relação à alimentação, o processo é análogo. Há um mal-estar da cultura contemporânea ligado ao fenômeno da publicidade, à difusão consumista de uma série de produtos, que faz com que drogas, remédios, comida, tudo aquilo que o corpo ingere tenha uma faceta compulsiva. Outro fenômeno é a espiritualização, digamos assim, de um certo consumo de drogas a partir da influência de tradições religiosas indígenas ou ligadas a uma mística oriental – uma herança da contracultura no pós-guerra. Ambas se encontram no caso Glauco.
Estadão: No início deste ano o governo legalizou seu uso. Houve quem dissesse que a medida abre uma brecha ao tráfico. Há esse risco?
Henrique: É o oposto: a manutenção em alguma forma de clandestinidade é que tornaria o tráfico atrativo. O daime e outras religiões ayahuasqueiras são legados em certa medida da tradição dos anos 60, que resistem a essa tendência de uso profano, alienado, destrutivo de drogas. No Acre ele é uma verdadeira instituição e passa por um processo semelhante ao dos cultos afro-brasileiros: há uma assimilação tardia de sua herança indígena pela cultura brasileira. Mas um aspecto para o qual ninguém está chamando a atenção é o uso abusivo de remédios farmacêuticos. O número de farmácias no Brasil é superior ao recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O segundo medicamento mais vendido no País (o número 1 é o contraceptivo Microvlar) é o Rivotril, um benzodiazepínico que só pode ser consumido de forma criteriosa. Alguém perguntou se o rapaz estava sob efeito ou carência de medicação controlada?
[NE: os destaques são meus]
Como se vê, a questão é muito maior, abrangendo muitos outros pontos além do Daime. Tentar reduzir ou simplificar é, no mínimo, uma atitude irresponsável.
… e seria interessante lembrar a quantidade de assassinatos POR SEMANA que acontece por conta de gente que bebeu cachaça e/ou cerveja.
Histeria é a palavra. Com tudo o que a Veja não concorda, ela é histérica. Escreve sem apurar, apontando para o óbvio e o superficial.
Matéria medíocre, baseada em “achismos” (embora tenha algumas aspas).
Vergonhoso.
PS: e não é apenas com o questão do Daime…
Sem falar nisso que o Mini comentou aí em cima, excelente artigo, Bruno. Eu fiquei tão puto com a capa da Veja que não tive a serenidade de escrever sobre. Tive duas excelentes experiências com a ayahuasca e concordo que não deve ser uma substância adequada a alguns tipos de pessoas. Daí a afirmar que a infusão é o gatilho para um crime vai um longo caminho [assim como demonizar cachaça, cocaína ou qualquer outra coisa seria irresponsável]. Por outro lado, é verdade que há pessoas que usam o chá de maneira recreativa, o que não tem nada a ver. Sobre isso, aliás, o Irvine Welsh tem um conto engraçadíssimo, conhece?
abraço,
RB
Não conheço, Ronaldo! Tem como mandar ou linkar?
A maior parte da população se deixa levar por informações incompletas e normalmente divulgadas por meios de comunicações que pasteurizam os acontecimentos, como ocorre desde a ditadura. Os julgamentos são feitos precipitadamente por uma população que orbíta em torno do catolicismo Latino Americano, onde o sofrimento é passaporte para a felicidade. Dessa forma, um caso como esse se transforma facilmente em munição para o falso moralismo, a hipocrisia, e soluções milagrosas, que tanto combinam com um ano de eleições. A sociedade ainda se movimenta lentamente em direção ao livre pensamento e a uma nova forma de convivência coletiva.
ia falar isso Gustavo, acho que você pontuou bem Bruno.
independente de Daime outros fatores entram em foco nesse crime: “classe média sem limites”, “jovens viciados”, “fácil acesso a armas”, “violência urbana”…
infelizmente isso poderia ter acontecido de qualquer jeito, em qualquer outro lugar, como já acontece.
excelente post. depois que lí a Veja queria escutar a sua opinião porque fiquei chocada com o conteúdo que eles publicaram.
é uma pena que assuntos complexos e multifacetados, que já deveriam estar sendo discutidos há tempos, só ganhem espaço nos grandes veículos de comunicação quando algo desse tipo acontece. no caso de alucinógenos, os debates sobre causa e efeitos, controle e proibição, cosumo e abuso estão, quase sempre, ligados a alguma tragédia dessas onde acabam soterrados por clichês e argumentos simplórios que servem muito mais para manter o status quo do que realmente discutir o papel dessas substâncias na sociedade. como vc falou, não da pra comparar uma onda isolada com a experiência da ayhuasca (ou qualquer substância) consumida dentro de um contexto, em um ritual que faz parte de uma cultura milenar. pra quem se interessar pelo tema, recomendo o livro The Long Trip: http://migre.me/qVtU
A maior droga que precisa de regulamentação é o jornalismo!
Engraçado que ontem mesmo estávamos discutindo sobre isso, eu e uns colegas na faculdade. O jornalismo disponível a maioria da população no Brasil hoje é péssimo, tendencioso, sensacionalista e extremamente parcial. Nós que temos certa consciência e esclarecimento conseguimos separar o “joio do trigo”, mas a maiorida das pessoas não. É fácil de se empurrar juizos de valor e preconceitos às pessoas. No caso da matéria do Daime eu fiquei revoltada lendo, pois culparam o ayahuasca e o próprio Glauco pelo acontecido (na matéria da Veja); isso é relatar fatos ou criar histórias mirabolantes?!
A Veja anda a cara do Mainardi: perdida, reacionária e histérica. Curioso que não deixo de ler, pois acho importante ter sempre um ponto de vista completamente diferente do meu. A Época, pelo que esta aí, vem beeem mais equilibrada mesmo!
Deixo a pergunta: onde a veja acha esses jornalistas?
Do jeito que a Veja eh tao doente contra o PT, chegando a perder credibilidade, o problema nem deve ser o daime mesmo, deve estar nesse fato aqui: “No início deste ano o governo legalizou seu uso.”
Daqui a pouco vao falar que a culpa eh do lula de algum modo.
Sou jornalista, e tenho vergonha da Veja, desde sempre. Fiquei triste pela capa principalmente porque tambem tenho uma relaçao proxima com a ayuasca, e infelizmente algumas pessoas proximas a mim tem a revista Veja como o “o melhor meio de comunicação do país”. Pessoas que apesar de queridas por mim não tem relaçao diaria com a mídia e não sabem destinguir uma materia oportunista de uma informativa. Uma pena constatar que a maioria da população é assim…ai vem o preconceito, não pela real ideologia, o que ja seria triste, mas sim pela falta de informação…a ignorancia dos fatos, o falso saber…o moralismo mascarado…
Agora fica minha pergunta, qual o interesse da Veja nesse assunto tão delicado? Poxa, onde as medicinas naturais são usadas existe sempre uma busca pela verdadeira paz, porque demonizar isso?
As revistas estão esquecendo de mostrar o que realmente levou cadu a cometer o(s) crimes, drogas que a lei proibe, arma comprada com facilidade, de onde veio o dinheiro para comprar de droga e arma??? ,vcs das revistas quando querem descobrem, por que enves de ficarem perseguindo religiões vcs não auxiliam a lei a policia a encontrar os verdadeiros bandidos que forneceram rma, munição e maconha !
E ninguém comenta sobre os fabricantes de armas e seus lobbies ( a nível nacional e mundial) , mas sim o problemas são as “drogas” e agora obviamente vão começar um perseguição aos adeptos do Daime. Como bem frisou o Rafael, a tv e o jornalismo brasileiro com algumas exceções vão de mal a pior.
belo artigo, bruninho. eu nao teria nada a acrescentar.
mas alguem aqui nos comentarios perguntou qual seria o interesse de veja em noticiar o caso desta forma.
a resposta é simples: pq o projeto de veja é aniquiliar o pensamento de esquerda. qualquer “brecha” nesse sentido é fartamente explorada pela revista.
o assunto “drogas” se presta perfeitamente a isto.
em geral, a esquerda tende a uma politica de tolerancia (descriminalização, tratamento da questão como problema de saude publica, e não como problema penal etc.).
a direita tende a uma politica de repressão (penas mais duras contra usuarios e traficantes, operações militares contra o plantio e distribuição etc.).
obviamente, estou simplificando um pouco a questao. há mais matizes.
no entanto, o recado que vai nas entrelinhas da matéria de veja é o seguinte: “este governo de esquerda que está aí liberou uma droga alucinógena, e só podia dar no que deu.”
veja não é uma revista com o objetivo de informar seus leitores.
veja é um veículo de uma cruzada moral. pretende catequizar os leitores, dizer a eles o quê devem pensar, e de que forma devem faze-lo.
abs
Ai Antonio, olhando por esse olhos tudo fica mais claro mesmo…triste, cada um defende o seu, sem se importar com possiveis balas perdidas…
Sera que o paje milenar que maserava tranquilo, chacrona com mariri, no meio da floresta, imaginaria que o seu cha sagrado um dia estaria em pautas politicas e policiais de revistas direitistas do sec 21?
Faz tempo q não leio essas revista,justamente por reconhecer a tendência apenas comércio(escrevem o q vende) e ainda o desrespeito q apresntam c os envolvidos.sou de uma entidade ayahuaqueira ,q faz uso de forma seria,responsável , e estuda os efeitos do daime.Por conhecimento de causa sei o qto e parcial a revista.q bom q no jornalismo ainda existem pessoas como vc
Bem como o Antonio falou, tem me parecido muito mais, uma guerra contra a percepção coletiva. Tem aumentado o número de pessoas e personalidades influentes dentro dos meios de comunicação, que tem feito uso da ayuasca. Estes tem conhecido os benefícios de uma percepção expandida, e por sua vez reproduzem estes símbolos de percepção aumentada em sua arte e comunicação, e estimulam o pensamento contestador e humanista.
Existe um sistema global que tem trabalhado contra estes benefícios. E nem digo diretamente os da ayuasca, e sim os da percepção expandida. A arte e a educação são veículos que por principio tendem e tencionam trabalhar justamente este campo. E no entanto, tem sofrido de uma forte deficiência em todas as suas instancias. Sobretudo, porque estas não tem atingido democraticamente à todos como deveria atingir. E quando atingem, são sempre o subproduto do subproduto de culturas de tendências consumistas. que por sua vez é o que faz estes sistema capitalista girar
concordo com todo o seu texto. adorei seu ponto de vista e tive a mesma impressão que você. mas gostaria de fazer algumas colocações: a veja é – e sempre foi – maliciosa, cheia de duplo sentido e descaradamente parcial.
da mesma maneira que, no fundo, você tenha tomado partido na discussão por já conhecer a religião, as revistas fizeram a mesma coisa. o problema é que insistem em não querer enxergar o impacto que essas opiniões têm. afinal, eles ouvem especialistas que pensam igual a eles, então a matéria não vale para ser discutida, entende o que eu quero dizer…? são só para reafirmar a opinião de quem já tem opinião.
Entendo, Gabriel, é o bom e velho “pregar para o convertido”. Entretanto, existe uma grande diferença entre o que fez a Veja e o que faço aqui.
Apesar de acreditar que minha opinião pessoal sobre o tema não interferido na leitura da matéria — o objetivo era simplesmene analisar as matérias do ponto de visa jornalístico — fiz questão de externá-la para que não houvesse dúvidas.
Já a Veja, escreve como se o pensamento deles fosse uma verdade absoluta e inquestionável. E não é.
Frequentei, no DF,em 1992, a União dos Amigos do Vegetal, onde se tomava ayuasca. Posso assegurar que o chá não faz ninguém virar valentão ou assassino. É uma experiência de mergulho sereno na memória ancestral e de autoconhecimento profundo. Não se pode discriminar milhares de pessoas de bem, que buscam aí sua verdade, como se fossem drogados, bandidos ou perigosos para a sociedade. De minha experiência pessoal, cheguei a escrever um romance, intitulado “O Segredo dos Ciganos”, que analisa em detalhes o perfil dos que buscam a experiência, o que ocorre nela e o que decorre daí. Asseguro que muito do que ouvi nos últimos dias é balela. marcos-benelux@hotmail.com
penso que sim, esse cadu teve um surto, mas em consequencia do uso crônico de COCAÍNA E CRACK….o uso do chá, usado no contexto certo, age de outras formas no organismo….ele não é doido não…teve surtos sim, mas sabia muito bem o que estava fazendo, qando cometeu essa tragedia
A irresponsabilidade da Veja me lembra um comentário de um jornalista que culpou a Glória Peres pela escalação do assassino de sua filha na mesma novela e ainda afirmou que se a autora não tivesse agido com nepotismo, talvez sua filha ainda estivesse viva.
O Daime sempre foi citado como possibilidade para diminuir o uso de drogas – enquanto o sujeito religa-se ao espírito, estado inconsciente, etc. É tão óbvio que o Daime ofereceu muito mais bem, do que o contrário, a quem participa da religião.
É tão insano que me sinto um idiota ao protestar contra o posicionamento da revista.
Sei que é esperar demais da Veja – uma revista que estampou na capa (Cazuza – uma ‘vítima’ de AIDS ‘agoniza’ em praça pública) – uma redação séria e responsável.
Será que viveremos para ver o dia em que a opinião da Veja seja motivo de paródia, repulsa, stand up comedy, etc.
Que tal se os formandos de jornalismo e comunicação social apresentassem um trabalho (editorial, audiovisual) de respeito – e não só de protesto, pois é muito óbvio – sobre os vícios da revista?
A Veja passa dos limites da imoralidade. Usa a ressalva da liberdade de expressão contra a sociedade.
não li a matéria da veja, mas li a da época e achei que estava bem boa. eles não crucificaram, mas também não santificaram. e é óbvio que qualquer droga usada por quem tem distúrbios psíquicos, inclusive o álcool, gera transtornos impossíveis de prever…
Me formo em Jornalismo no meio do ano, graças a DEUS a alguns meses atras tive a ideia de escrever sobre a cobertura da midia e o uso ritual da ayahuasca, não sou Daimista, nunca tomei o chá, porém tenho sempre vontade de abrir os olhos das pessoas sobre questões pouco discutidas .
Agora diante dessa tragedia, tenho tido bastante contéudo para “analisar”.
Tenho que admitir que fiquei chocada ao ler a revista Veja, é de um pensamento tão mediocre que dá pena! Já a época é realmente mais cuidadosa com as palavras, ouvindo até pessoas que defendem e estudam o DAIME como a Bia Labate.
Se alguem quiser conversar está aqui meu e-mail.
Ficarei feliz com contribuições!
renatabeatriz.neves@gmail.com
luzzz
Oi Renata,
Legal, quando sua tese ficar pronta, avisa.
Boa sorte!
Parar de cheirar cocaína ou fumar maconha tomando o santo daime é o mesmo que parar de comer excremento de cavalo passando a comer o de humanos…
assim como sua mãe ter te parido foi a mesma coisa que dar uma cagada
Caramba Lúcio, que argumento bem escrito e fundamentado.
Renata VEJA
http://www.universomistico.org/s/
http://www.universomistico.org/s/budismo-e-dmt.html
http://www.youtube.com/watch?v=aHowQ0fRE8E&feature=player_embedded
Eu também tomei muito daime por causa da minha família, que me levava desde muito pequeno para o “centro”. Sou prova viva que esta substância (o DMT) provoca mesmo crises psicoticas.
Antes que alguém me atire pedras: É claro que é necessário uma predisposição para o problema, mas eu NÃO teria o problema se não tivesse tomado o Daime.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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