Da Lama ao Caos, ao vivo
Written by urbe, Posted in Música, Resenhas
Nação Zumbi no Circo Voador
foto: leojorge
Num final de semana disputado, repleto de shows internacionais em São Paulo (com os festivais Planeta Terra e Maquinária), Belo Horizonte (festival Eletrônica) e mesmo no Rio (Ellen Allien na Moo), um dos melhores programas não foi exatamente uma novidade: Nação Zumbi no Circo Voador.
Som redondinho, graves pesados, repertório infalível e casa cheia. Não tinha como dar errado.
Com o Circo abarrotado para ouvir um dos discos mais importantes da música brasileira, “Da Lama Ao Caos”, ser tocado na íntegra e na ordem, pintou até um elemento surpresa. Não se pode chamar exatamente de pontualidade, já que estava marcado para as 22h, mas um show no Circo começar as 0h30 merece comemoração.
“Rio 40 graus, quem não aguenta passa mal”, cantou o guitarrista Lúcio Maia, citando “Terremoto”, do Turbo Trio. Originalmente a letra fala em 50 graus, temperatura mais próxima da realidade.
Em meio a suadeira intensa, a banda foi saudada com uma adaptação do canto da torcida do Flamengo para o goleiro Bruno (“Puta que pariu / É a maior banda do Brasil / Nação!). “Só se for porque tem oito caras no palco”, brincou Jorge Du Peixe.
Além da formação original, Fred Zero Quatro, pedra fundamental do mangue beat e figura central até mesmo no disco da Nação em questão, participou de quase todo o show, curtindo justamente a celebração. Seu Jorge e Pitty também deram canja.
O Circo Voador e da Nação Zumbi tem histórias paralelas que se confundem. Como a própria banda ressaltou, eles evoluíram junto com o espaço.
De uma tenda na Lapa, o Circo passou a melhor casa do Rio, com direito a uma longa crise, quando a casa foi fechada. De uma novidade em “Da Lama Ao Caos”, a Nação tem hoje o show mais poderoso do Brasil, sem esquecer do baque que foi a perda de Chico Science.
De onde uma banda que canta que “computadores fazem arte” e que “os artistas pegam carona” foi parar no centro de uma confusão sobre compartilhamento de arquivos na internet é difícil de entender. A julgar pela molecada que comparecu ao circo, a rede criou as carreiras e os artistas levam a fama. Felizmente.
O que fica muito claro vendo a celebração desse disco (não que já não fosse) é que a banda não é só o Chico Science. ÓBVIO que ele foi elemento catalisador, a liga de tudo, porém o discurso musical e sonoro do manguebit é tão importante quanto as letras.
Tanto é assim que não apenas a banda continuou tocando após a morte de seu líder, como não se esconde de mostrar as músicas desse disco e de “Afrociberdelia”. E não tem medo de dar sequência a festa com material feito após o trágico acidente que matou Chico.
Mais do que celebrar “Da Lama Ao Caos”, o show comemorativo dos 15 anos de seu lançamento exaltam a própria Nação Zumbi. Apesar do clima nostálgico, é pra frente que se anda. Poucos sabem disso tão bem quanto eles.
como eu já esperava, o show foi fodástico. não tinha como não ir, mesmo com o calorão todo.
e impressionante como o som tava bem passado. o baixo do dengue estava realmente grave. e isso a gente aprecia. e muito.
Aqui em SP a torcida do SPFC canta a mesma música para o Rogério Ceni.
Deve ser um “hino” para todos os goleiros do Brasil, só muda o nome e a torcida.
Abs !
Show foda!!
Fazia tempo que não via, e óbvio que não faltou oportunidade.
Valeu a pena, mesmo que vendo (ou ouvindo) de fora da tenda, por causa do calor monstruoso.
No próximo eu tô lá novamente!
Ai 100% ainda troquei uma ideia com o mano Falcão do O rappa !
Vlw bruno é nois ..