COP15 e o mundo
Written by Bruno Natal, Posted in Urbanidades
foto: Sean Patrick Coon, via Tree Hugger
Diversos filmes, livros e contos falam de um futuro em que os humanos perderiam o papel de liderança e um mundo dominado pelas máquinas. O cenário catastrófico para o homem soa como algo distante e absurdo, restrito a ficção científica.
No entanto, há muito tempo o mundo já não é comandado por pessoas de carne, osso (e sentimentos), e sim por instituições finaceiras e empresas. As decisões são tomadas para atender as pessoas jurídicas, não as físicas. O imperdível doc “The Corporation” conta bem essa história (inteiro no YouTube, clica e vai).
Basta comparar a disposição, preocupação e velocidade dedicadas para resolver a recente crise financeira global com a lentidão, calma e descaso dos líderes mundiais em relação as questões do aquecimento global para constatar isso. O foco das decisões não são as pessoas e o planeta, isso fica claro.
É muito fácil criticar os políticos por decisões equivocadas. É igualmente válido pensar sobre o que nós, a sociedade, podemos fazer para que as mudanças desejadas aconteçam. Afinal, as consequências sofridas pelo meio-ambiente são fruto do nosso modo de vida.
Toda população, principalmente dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, teria que estar disposta a abrir mão de confortos do dia-a-dia tidas como progresso (fala-se até em banir voos domésticos) para esse quadro mudar. Resta saber se há essa disposição individual para fazer e exigir isso, sem ser obrigado.
Sem falar que não é justo diversos países terem construído suas fortunas operando sob condições que o terceiro mundo jamais teria, seria preciso encontrar uma maneira de equilibrar essa equação. Esse é o desafio.
Enquanto a imprensa mundial aponta o fracasso do encontro, a página oficial do COP15 faz um balanço positivo, como se estivéssemos indo na direção certa. Não estamos. E o tempo vai passando.
Tb to bolado.
Excelente texto!
xoxo esse argumento de que “há muito tempo o mundo já não é comandado por pessoas de carne, osso (e sentimentos), e sim por instituições finaceiras e empresas”, hein?
falar que as pessoas que comandam essas empresas tem grande influência no “destino do mundo” até vai, mas culpar PJs não só é simplista como ajuda a esconder os verdadeiros culpados.
como você vai prender uma chevron, uma halliburton, um bancão que seja?
a companhia decidiu sozinha dar uma mãozinha na guerra do iraque ou foi o seu conselho de administração?
foi o logo do banco que decidiu quebrar um país ou foi o head de câmbio?
O mote do texto era esse, Lucas, é como se essas empresas começacem a ter vida própria mesmo. Porque os homens por trás dos logos tem que tomar decisões que favoreçam as empresas, sob a pena de prejudicarem a si mesmos se fizerem o contrário.
“Confissões de um assassino econômico” é um livro cuja anáalise pode ser um pouco ingênua, o que não desmerece os fatos e confissões apresentados por John Perkins – não só testemunha ocular, como protagonista de um “assassinato econômico”.
Vale a pena dar um conferida, LucasCM, pois o livro não só vai na direção do argumento apresentado pelo Bruno, como também nos prova que as grandes coorporações são geridas por seres desumanizados.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confiss%C3%B5es_de_um_Assassino_Econ%C3%B4mico
“Confissões de um assassino econômico” é um livro cuja anáalise pode ser um pouco ingênua, o que não desmerece os fatos e confissões apresentados por John Perkins – não só testemunha ocular, como protagonista de um “assassinato econômico”.
Vale a pena dar um conferida, LucasCM, pois o livro não só vai na direção do argumento apresentado pelo Bruno, como também nos prova que as grandes coorporações são geridas por seres desumanizados.
Otimo texto.
Abaixo links pro pessoal entender melhor como funciona a coisa:
http://www.youtube.com/user/TheMorpheusbrasil#p/a/u/1/P6A7ENp1MsY
http://www.youtube.com/user/verdadeoculta#p/u/0/55RDrJ3h6vA
acho que há uma linha (ok, tênue) entre o executivo TER que tomar certa decisão para beneficiar a empresa e não se queimar e ele de fato QUERER tomar essa decisão, para que ELE (e em muitas vezes sua empresa também) se dê bem.
sendo o estereótipo desse decision-maker o banqueiro / industrial engravatado, acredito ainda menos na tese que o cara “tem que” tomar certas decisões em nome da empresa. o cara não “tem que” nada. já tá com a vida ganha. não se aplica aqui o “roubou pra ter o que comer”.
e ainda tem os casos em que decisões filhadaputas são tomadas, não só em detrimento da sociedade como um todo, mas lesando também suas próprias empresas. o caso da enron é um bom exemplo. manipularam o setor elétrico americano, compraram políticos, tinham o interruptor da califórnia, ficaram ziliardários… e quebraram a empresa!
acho muito perigoso esse negócio de “corporações controlam o mundo’ por ele ser muito impessoal. sendo impessoal, fica muito difícil imputar a culpa e punir efetivamente alguém. culpar o mercado, as multinacionais, wall street… é tudo muito abstrato.
sei lá… acho que por maior que seja o poder das corporações, o homem ainda tem sua moral e seus princípios pra se defender.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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