terça-feira

10

maio 2011

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Camelomania no Circo Voador

Written by , Posted in Música, Resenhas

Cercado de samambaias no palco, com um som impecável e muito bem acompanhado pelo Hurtmold e por um naipe de metais, Marcelo Camelo subiu ao palco do Circo Voador para o lançamento do seu segundo disco, “Toque Dela”. A noite prometia.

O show começou pouco depois da meia-noite e pouca gente estava no Circo para a abertura do Me & The Plant (também perdi…). Surpreendentemente, ao menos para mim, os ingressos não estavam esgotados.

Em seu novo disco, Camelo também está mais solto, dando mais espaço para guitarra, escancarando mais suas próprias influências, um disco mais pra cima que o anterior “Sou”.

Com algum tempo de estrada juntos, Hurtmold e Camelo construíram uma sonoridade juntos, mesmo que no segundo disco o compositor tenha decidido tocar todos os instrumentos em algumas faixas. É muito bacana ver o encontro dos dois artistas de escolas diferentes, a mistura dos estilos. A escolha do septeto paulistano como banda de apoio é das coisas mais interessantes da carreira solo do Camelo. Com um time desses, metade do show está garantido.

Casa cheia sem estar abarrotada, bandão, som tinindo pro lançamento de um bom disco. Tudo certo para uma noite e tanto. Faltava saber a reação do público.

Sem fugir do clichê, a reação foi hermânica. Não chegou a histeria de outros tempos, embora tenha passado perto em alguns momentos. Marcelo chegou a presentear a plateia com as plantas do cenário. Roberto Carlos distribui rosas, Camelo distribui samambaias.

É muito legal a reação calorosa do público, sem dúvida. Para o artista deve ser ainda mais especial. Em “Doce Solidão”, sozinho, Camelo sequer abriu a boca até mais da metade da música, quando o Hurtmold voltou ao palco.

Ele gosta, incentiva, se diverte com a gritaria. É muito legal mesmo. Agora… Em todas as músicas, sinceramente, enche o saco. Você sai de casa, quer ouvir o show e só dá coro desafinado no ouvido. Por mais que a catarse seja divertida e sincera, aos poucos vai cansando

Paritcularmente, preferiria não ouvir nenhuma música do Los Hermanos no show do Camelo. A quantidade que é tocada, três, quatro, é um exagero. Tira o foco do show. Virou regra. As músicas são dele, claro, mas se é carreira solo, é carreira solo. Podia deixar isso pra depois.

O artista no palco, vivo, aos 30 e poucos anos e uma estranha nostalgia do presente toma conta. É um troço doido, o público impaciente, querendo ouvir as músicas nem tão antigas, quase como que aturando o disco novo para chegar até elas. Essa preguiça de encarar o novo que estrangula a cena no Brasil.

Isso tudo no show de lançamento de um disco novo. Um showzaço, diga-se. Teria sido bem melhor se tivesse dado pra ouvir a interpretação do artista. A do público eu mesmo faço em casa.

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  1. Luciano
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