Pelas contas do próprio Eumir Deodato, fazia 15 anos que ele não tocava no Brasil, no que foi, segundo o arranjador carioca, sua primeira apresentação profissional em seu país.

Os feitos da carreira de Deodato não são brincadeira, motivo pelo qual ele é considerado um lenda no exterior. Ele é parceiro e/ou responsável por arranjos e produções para diversos nomes da música mundial, de todas as áreas, de Tom Jobim, João Donato, Aretha Franklin e Frank Sinatra à Kool & The Gang, Gal Costa, Titãs e Bjork. Sem falar nos fantásticos discos próprios lançados com Os Catedráticos.

Vestindo um figurino totalmente branco, Eumir foi recebido com muitos aplausos no Memorial da América Latina, em São Paulo, onde tocou como convidado da Jazz Sinfônica.

O primeiro ato foi exclusivo dos anfitriões, reservando para a estrela da noite a segunda metade do espetáculo, mostrando seu repertório de arranjos para clássicos como “Rapshody in blue” (G. Gershwin), “Garota de Ipanema” (Tom Jobim) e, é claro, “Assim falou Zarathustra” (Richard Strauss), música que impulsionou sua carreira no exterior.

Deodato não escondeu em nenhuma entrevista que prefere tocar com seu trio. E parece que estava certo. A falta de ensaios atrapalhou a dinâmica do concerto, embora ouvir o tema de “2001, uma odisséia no espaço” com metais e cordas não tenha como ser ruim.

Entre as músicas, muito papo e histórias de seus tempos no Brasil, da amizade com Tom Jobim e de suas impressões sobre tocar aqui novamente. Num momento emocionante, Deodato agradeceu a presença da cantora Claudete Soares, para quem fez seu primeiro arranjo, aos 17 anos.

Deodato se apresenta no Rio de Janeiro, Terça (HOJE!) e quarta-feira (04), na Sala Cecília Meirelles. Os shows serão gravados para lançamento CD e DVD, que contará também com um documentário (os quais estou co-produzindo e co-dirigindo com um grupo de amigos).

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