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março 2012

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A estrela do SILVA

Written by , Posted in Destaque, Música, Resenhas

Em sua estreia nos palcos, o SILVA teve que enfrentar uma sequência de dificuldades: o bacana Comuna não é uma casa de shows; o calor abissal no ambiente fez com que boa parte das mais de 100 pessoas saíssem antes do fim; e, mais do que qualquer coisa, a missão de entreter a platéia por tempo o suficiente para justificar o caro ingresso de R$30 tendo apenas um EP de cinco músicas para apresentar.

O capixaba Lúcio Souza superou a tarefa ingrata graças as boas músicas de um dos melhores lançamentos de 2011. As poucas músicas do EP – mais três inéditas que devem fazer parte de um próximo EP, antes do primeiro disco sair –  foram cantadas por um público composto basicamente por fãs de primeira hora (com “ôôôs” à la Arcade Fire, guardadas as proporções) , felizes de estar vendo o artista iniciar sua carreira.

A transposição para o formato ao vivo de gravações contemplativas, mais confortáveis num par de fones do que em grandes caixas de som, funcionou, ainda que prejudicada pelo PA tímido (o grave não saía). Tocando teclado na maior parte do tempo (além de guitarra e violino em duas músicas), Lúcio montou uma banda (baixo, bateria/programação e outro tecladista/efeitos), encorpando o som.

Nesse ponto o espaço diminuto do Comuna colaborou. As músicas podem ser chapadas demais para segurar um show mais longo em um lugar maior com esses arranjos – como as três mil pessoas esperadas no palco do Sónar SP em que o SILVA se apresentará. Mesmo de andamentos lentos, as músicas do EP tem elementos dançantes. Pode ser o caso de explorar e alongar esses momentos, para ajudar a dar mais dinâmica.

Ao final das oito canções o público pediu mais. O aviso de Lúcio de que não havia mais o que tocar foi recebido aos gritos de “repete!”, prontamente atendido. Exatamente como aconteceu com o curto EP, assim que acabou deu vontade de ouvir outra vez. O show poderia ter sido tocado novamente na íntegra que as pessoas não iriam achar ruim.

O “menos é mais” se provou uma boa estratégia. Num tempo em que as bandas só faltam oferecer as calças pro público, SILVA deixou todos na vontade, no EP e no show. Agora é a aproveitar e suprir as altas expectativas com os próximos lançamentos, para enfim se poder afirmar não se tratar de só mais um Silva que a estrela não brilha. É com ele.

Pra quem perdeu, hoje (domingo), tem um segundo show, de novo no Comuna.

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  1. Ricardo Marins
  2. Polla

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