sexta-feira

16

julho 2004

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Botando ordem na casa, resenha conjunta de três eventos que valeram a pena: Los Sebosos Postizos, no Teatro Rival, Mundo Livre S/A, no novo Teatro Odisséia, e a Febre!, na Casa da Matriz.

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“Uma noite do Ben” (01/07/04)

Era esse o nome do show do Los Sebosos Postizos, projeto paralelo de Jorge Du Peixe, Lúcio Maia e Pupilo (Nação Zumbi) e Bactéria (Mundo Livre S/A). Focado no repertório da década de 70 de Jorge Ben, teve muita coisa do disco “Tábua de esmeralda”, além de “Komachi”, “Rosa, mas que nada”, “Domingas”, “Rosa, menina, Rosa” e outras.*

A melhor descrição das versões é também a mais óbvia: Nação Zumbi toca Jorge Ben. A sonoridade final funciona e é exatamente a que se espera dessa fusão — o que não é pouca coisa. É como se todas músicas atravessassem um filtro de dub e do outro lado saíssem desaceleradas, grudentas e ainda mais viajantes. Isso tudo sem perder o groove. A excessão foi “Que pena”, com leitura Jovem Guarda.

O Rival estava lotado, mas ainda assim não estava apertado, garantindo o conforto de quem estava lá dentro. Um cuidado quem nem toda produção go$ta de ter.

Quando a banda voltou para o bis, Jorge Du Peixe pisou o palco falando pra platéia, “acende! acende outro!”. Antes de começar a tocar, o vocalista continuou: “Quem não gosta de reggae, bom sujeito não é. É uma das músicas mais sinceras do planeta”. Na sequência veio “King Tubby meet Rockers Uptown”, do disco homônimo. Precisa dizer mais alguma coisa?

* nomes “adaptados”, a memória falhou.

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Mundo livre (11/07/04)

O Teatro Odisséia, casa de shows bacana, na Lapa, foi bem no mês de inauguração. Estreiou, em festa fechada, com show do Los Hermanos, já teve B Negão e Acabou la Tequila.

O Mundo Livre S/A tinha tudo para engrossar a lista de bons shows da estréia da casa, bastava repetir as ótimas apresentações do Teatro Rival, no lançamento de “O outro mundo de Manoela do Rosário”. Mas não foi isso que aconteceu.

O show teve seus bons momentos, claro, principalmente com músicas do primeiro disco. No entanto, de maneira geral, não foi tão bom quanto os outros. Muito disso porque pareciam estar poupando os momentos acachapantes. O baixo até amassava, mas não com a mesma força dubtrônica de outros shows. E a falta do transe provocado pelas linhs de baixo, tornou a batida da guitarra e do cavaquinho um tanto repetitiva.

Pode estar na hora de lançar outro disco pra dar um novo gás.

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Temperatura alta (15/07/04)

Pela segunda vez a Febre, principal festa de db do Rio, começou com um set de dub. A idéia é boa e tá com cara de que vai pegar.

O som se encaixa no espírito da festa — além de fazer parte da linha evolutiva do db, tanto Calbuque quanto Da Lua são fãs do gênero — e, a julgar pela quantidade de gente dançando, esse pode vir a se tornar um diferencial e tanto.

Logo depois, foi a vez do Marcelinho da Lua fazer um set avassalador de jungle. Mostrando toda sua competência, e sem sair do clima que estava rolando, Da Lua começou com o reggae “Fade away” (Junior Byles) emendando num remix da mesma música. A mixagem — em cima da melodia e não da batida, ou seja, na guitarra e não na bateria — foi cirúrgica. Dali pra frente, não dá pra escapar do clichê: foi quebradeira geral.

Fazia tempo que Febre não andava tão legal. Boa notícia.

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