URBe, 3 anos: a festa
Written by Bruno Natal, Posted in Resenhas
3 anos, o vídeo: toscamente gravado com uma câmera fotográfica
digital. No escuro.
Já é uma tradição. No dia da festa de aniversário do URBe, cai um temporal, bate o desespero “ih, não vai ninguém!” e, no final, dá certo. Na comemoração dos 3 anos, mais uma vez, foi exatamente assim.
Com um atraso de quase seis meses, finalmente a festa saiu do papel. Depois do susto com a chuva, as coisas entraram nos eixos e cerca de 400 pessoas foram ao 00 se acabar até as 4h e pouca da manhã.
As 23h, quando o Cooper Cobras começou a tocar, ainda havia pouco público. Azar de quem chegou tarde.
O power trio provou que não se passa anos ouvindo Fu Manchu, Karma to Burn e outros ícones do stoner rock impunemente e mostrou músicas contaminadas pelo estilo, como “Até o fim do show”, “Primeiro lugar” e “Pequenas tragédias”. A performance energética do grupo, que sem fazer força vai chamando cada vez mai atenção, com direito a subidas no bumbo e dancinhas, garante a diversão.
Como bom anfitrião, fiz as honras da casa e botei som depois do show. Enrolado com a produção da festa e Sem tempo pra separar músicas, levei uma pá de CD-Rs véios e embolei New Order, Mr. Catra, Ellen Allien, Les Rythmes Digitales, João Brasil, Madonna e Daft Punk. No final, consegui entregar a pista cheia para o próximo DJ.
Segura o “lainâp”
O lugar já estava bem cheio quando Rogério Flausino assumiu as carrapetas. Fazendo um set de house e tocando praticamente só vinis, o mineiro arrancou gritos de empolgação da galera. Além, claro, de comentários elogiosos de alguns incrédulos que diziam “ué, mas é muito bom!”.
Entre remixes da DFA — para “Deceptacon” (Le Tigre) e “Dare” (Gorillaz) — e discos da Antipop, Flausino manteve a pista lotada e passou a bola, redondinha, para Nego Moçambique.
Matias e o Comitê Presença 2006
Enquanto o o bicho pegava do lado de dentro, do lado de fora o comitê de candidatura do Capitão Presença a presença angariava votos para causa. Sob o comando do criador e da criatura, houve farta distribuição do material de campanha e os bottons foram bastante disputados.
Finalizando seu aguardado segundo disco no estúdio do Dudu Marote, Nego Moçambique contou que a masterização está marcada para dia 28 de setembro. Será que agora, depois de muitos atrasos, realmente sai? “Reza a lenda”, brincou o próprio.
Enquanto a bolacha não vem, Nego tocou várias músicas novas nessa apresentação. Coisas tão novas que nem no disco estarão, pra desespero do dono da sua gravadora, Daniel Di Salvo, alucinado justamente por essas produções.
Com equipamento novo — substituiu todos os periféricos que utilizava por uma MPC 4000 — Nego, mais uma vez, arregaçou. Dançou, cantou, pulou e fez pular durante mais de uma hora de breaks, grooves e colagens insanas demais pra explicar. A galera se acabou na pista e isso é o que importa.
Durante a troca de equipamentos para entrada do live do Bass Comando, levemente complicada, Alexandre Matias aproveitaria o horário de pico para adiantar alguns dos mash ups que prometeu.
Não deu certo. Devido a uma creca inexplicável no sistema de som, os graves sumiram, os agudos alfinetaram com força e não houve mais jeito de tocar CDs. Uma pena, pois pelo pouco que chegou a tocar, deu pra ver que a seleção prometia.
Chato mesmo é a sede irrefreável por ser VIP nessa cidade. A quantidade de gente que me pediu pra liberar a cartela (o que não fiz nenhuma vez, pois todo o dinheiro do caixa é utilizado pra pagar os artistas) foi inacreditável.
A entrada custava uma merreca, R$10, valor com o qual não se assiste nem mesmo uma apresentação do Mulato Zimbábue, quanto mais uma escalação caprichada como a dessa festa. Não dá pra entender mesmo.
O fervo
Fechando a tampa, o Bass Comando confirmou as origens (John Woo é integrante do Apavoramento) e aterrorizou o 00 com suas experimentações com baixas frequências e MCs sacanas.
Do hino do Flamengo a “Melô do gaitero”, todas as coisas graves tiveram vez. Eram 4 horas da manhã quando o grupo encerrou os trabalhos e constatou que havia entornado todo seu cachê. E em plena quarta-feira, ainda tinha gente querendo dançar, mas a festa tinha acabado.
O lance é guardar a vontade pro ano que vem. A festa de 4 anos pode ser maior ainda.
——-
* Agradecimentos especiais à Lontra Music, parceira desde a festa de 2 anos e a Segundo Mundo.
Parabens Bruninho, vai com tudo que tu merece!!! Um abraco diretamente da california!!!!
“Eu não fui mas o Lombardi foi e disse que estava ótima!”
(Sílvio Santos)
:-)))
Na próxima eu apareço, Bruninho!
Que bom saber que a festa foi um sucesso! Parabéns!!
Infelizmente não deu para ir, mas 2007 não falto de jeito nenhum!
abração
Que mané campanha contra beber e dirigir, tinha que rolar uma contra beber e dar depoimento…
Avisei que era um belo depoimento! Hahaha!
Não sei o que deu nesse vídeo, que ficou pequeno na tela. Vou consertar logo mais.
Abs,
Parabéns!! A festa foi sensacional!
Foi sensacional!!!
A festa foi demais!!!
Adoreiiii!!! Saí tarde para caramba de lá!!!
Adorei os DJ´s… e o Flausino arrasou!!! Mandou muito bem tocando House por 1 hora!
Beijos,
Simone.
Pô, bixo, perdi a seleção de mash-up de Matias no Riiio de Janeiro!!!
Parabéns, Bruno!!! Vê se faz uma edição SP da festa também!!!
Sucesso total!
Tudo pontualmente perfeito. E prazer conhecê-lo pessoalmente.
Abraços.
Foi tudo perfeito. Os Djs, as músicas, a galera…tudo maravilhoso. Parabéns!!!!
É isso ai, Bruno, tem que lutar contra essa mentalidade 0800… Por causa disso que a noite do Rio ta mal; branquinho prefere pagar X por um evento vagabundão do que 2X por um evento 4 vezes melhor!… :/
Parabens pelo line-up, muita atração legal em uma festa só.
dali garoto! nao fui mas senti aqui o clima…PARABENS! ano que vem quero participar!
A festa foi muito alto astral.Gostei muito das pessoas,do som, e paguei feliz da vida por meu convite “amigo”, porque o trabalho dos músicos e de todos os envolvidos tem que ser valorizado. E valorizar significa dar retorno econômico, esse negócio de querer que os músicos paguem para trabalhar é o maior absurdo da paróquia.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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