Transcultura #157: Viet Cong // Super Bowl
Written by Bruno Natal, Posted in Imprensa, Música, Resenhas
Texto da semana passada para “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo.
Banda canadense Viet Cong arranca elogios da crítica com disco de estreia
Álbum é uma boa trilha para curtir um sábado de sol com um belo casaco de moletom preto na praia
por Bruno Natal
Mesmo morando a muitos quilômetros do delta do Mekong, um grupo de canadenses formou uma banda e resolveu batizá-la com o nome dos guerrilheiros vietnamitas: Viet Cong. Contando com o baixista Matt Flegel, o baterista Wike Wallace (ex-integrantes do grupo de art noise Women) e os guitarristas Scott Munro e Daniel Christiansen, a batalha dos residentes de Calgary é no pós-punk. A essa base, somam-se influências mais distantes, como industrial, drone, krautrock, metal e sons góticos.
A primeira prova da banda veio com a demo “Cassettes”, lançada em 2014. As densas camadas de sintetizadores e guitarras dissonantes trouxeram comparações com Guided by Voices, Wolf Parade, Interpol, Deerhunter, Echo & The Bunnymen e, obviamente, Joy Division.
Amargura e melancolia
Não demorou muito e saiu o sorumbático disco de estreia do Viet Cong, homônimo, arrancando notas altas em publicações como “Spin” e “Pitchfork”. O disco vem três anos após a morte de Christopher Reimer, guitarrista do Women, com apenas 26 anos, o que decretou o fim da banda. Antes disso, em 2010, o grupo já havia entrado num hiato após uma briga no palco.
As faixas são carregadas dessa amargura e melancolia, não apenas na sonoridade, mas também nas letras, com passagens como “Não quero encarar o mundo/ É sufocante, sufocante” (em “Death”); “Eu sei que você olha as coisas para esquecer/ Conheço o mundo como um arrependimento” (em “Silhouettes”); ou “Cheque sua ansiedade/ Não é preciso sofrer em silêncio” (em “Continental”).
“Viet Cong”, o disco, fecha com um transe de 11 minutos chamado “Death”, que começa de maneira suave antes de explodir em viradas de bateria e guitarras distorcidas. Uma boa trilha pra curtir aquele sabadão de sol com um belo casaco de moletom preto na praia.
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Tchequirau
Domingo é dia de Super Bowl, evento máximo para os amantes da bola oval. O show do intervalo é um dos espaços mais desejados por artistas pop, por se tratar do evento musical mais assistido do ano. E a escolha desse ano – como todos os anos – gerou polêmica e reclamações: Katy Perry.
Bom som do Viet Cong, mas nao é parecido com Joy Division… É igual!Em relaçao a escolhe de kate Perry pro SB deste ano, te comento q este ano
foi a 1a vez que um artista teve q pagar pra tocar no intervalo. Ou seja, nao foi escolha… foi compra/venda mesmo. Abs