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quarta-feira

28

outubro 2015

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Søren Kjærgaard, grátis no Parque Lage

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Søren Kjaergaard

O intrépido Joca Vidal, grande colaborador aqui do URBe, bateu um papo com o pianista dinamarquês que se apresenta no Rio semana que vem:

O pianista e compositor dinamarquês Søren Kjærgaard trabalha tanto com peças convencionais quanto com a preparação de piano eletro-acústicos inspirado na obra de John Cage.

Uma das atrações da ocupação do Festival Multiplicidade, que acontece entre 05 e 08 de novembro, o músico toca no Parque Lage (RJ), sábado e domingo, com entrada franca (saiba mais aqui: https://bit.ly/Multi_OUVIR).

Nos palcos, Søren é mundialmente conhecido por seu trabalho solo e também pelo trio que forma com o baterista Andrew Cyrille e o baixista Ben Street. No último ano, se apresentou ao lado do lendário ex-jogador de tênis de 82 anos e pai do baterista do Metallica, Torben Ulrich, durante o festival Wundergrund.

O seu som é bastante introspectivo, experimental. Esta será a base de sua apresentação no Festival Multiplicidade? Só você e piano?

Søren Kjærgaard – Será experimental no sentido de que a situação é imprevisível, e o resultado das minhas ações também são. E num certo sentido, não é “só eu e piano”, existem mais fatores que participam: o quarto, o público, a temperatura, as luzes e assim por diante. É uma situação polifônica, realmente.

Como você se sentiu tocando ao lado de Torben Ulrich (tenista, escritor, músico e cineasta dinamarquês, pai do baterista do Metallica, Lars)?

Søren KjærgaardÉ difícil dizer como eu estava me sentindo, uma vez que nós tocamos e realizamos tantas coisas juntos. Eu experimentei muitos sentimentos diferentes, juntamente com uma variedade de sons, silêncios e pulsos. Tocar ao lado de Torben talvez possa ser melhor descrito como uma situação de intensa concentração, uma espécie de presença que é calma e ardente. Eu usaria a expressão de que ‘tocamos juntos’, porque tocar com Torben, e estar com ele, é uma união.

É a sua primeira vez no Brasil? O que você sabe sobre o país?

Søren KjærgaardSim, é a minha primeira vez no Brasil e estou muito animado por estar vindo. Minha primeira introdução ao Brasil foi através do futebol, quando eu era um menino novo em 86, durante os campeonatos mundiais. E desde então, eu tenho um fascínio pelo futebol brasileiro, os movimentos, os ritmos, o lúdico e o elemento de improvisação que pode abrir-se numa situação. Tornou-se mais difícil de jogar assim, e nós testemunhamos cada dia mais que a criatividade é domada por disciplina rigorosa e táticas. No entanto, jogadores de futebol brasileiros ainda podem fazer isso. Deve ser uma coisa de ritmo. E por falar em ritmo, tenho naturalmente visto e ouvido muita música brasileira. Tive a grande oportunidade de conhecer lendas como Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Joyce e Tavinho Moura, porque eles têm sido ensinando música nos acampamentos de verão na Dinamarca. 

A música brasileira é muito popular na Dinamarca, nos ambientes de jazz. Mais uma vez, eu acho que é uma coisa de ritmo, um certo tipo de natureza melódica e da complexidade da harmonia. Bem, então nós também fomos ensinados sobre o Brasil na escola quando crianças, aprendemos sobre suas grandes florestas tropicais e como estes pulmões do planeta estavam em perigo de ser lentamente diminuídos pela indústria e pela crescente demanda global por madeira. Parece que esta demanda ainda está crescendo em favor da natureza.

Você tem 10 álbuns lançados. Como está o mercado que consome o seu tipo de música?

Søren KjærgaardEu não diria que é um mercado ou que há consumidores. É um tipo diferente de situação, não tão dependente do fluxo e refluxo de popularidade, ou demanda. Eu provavelmente nunca vendi um único registro no Brasil, mas ainda assim, aqui vou eu.

Confira o som do Søren Kjærgaard abaixo: