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quinta-feira

3

dezembro 2015

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The Chemical Brothers no Rio: o final apoteótico para um ano catártico

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2015, essa besta em forma de ano, vai chegando ao final, deixando lições e aprendizados. Falando especificamente do Queremos!, foi um dos anos em que mais fizemos shows e corremos mais riscos.

Pensando em retrospecto, a hashtag #Queremos5anos serviu internamente mais para que mantivéssemos a sanidade e o foco em tudo que realizamos, do que para comemorar o aniversário de 5 anos de shows (que incluiu até um livro de posters).

Nesse cenário, o show do The Chemical Brothers foi um final apoteótico, para um ano catártico. Para lavar a alma e começar 2016 limpo, pronto para outras – porque sempre vem mais coisas, boas e complicadas. Nada melhor do que um show imperdível. Onde tiver Chemical Brothers, estou lá (Creamfields Liverpool e Pacaembú em 2004, Londres e Rock Werchter em 2008, Coachella em 2011…). É um dos melhores shows da praça.

Com 10 toneladas de equipamento de luz e som, um estúdio inteiro em cima do palco, com sintetizadores, sequenciadores, e samplers, a apresentação foi um massacre áudio-visual. Pilhas de sub-woofers amassaram o peito dos presentes, silenciando até os eventuais críticos da acústica do Vivo Rio.

Enquanto dois robôs gigantescos atiravam lasers pelos olhos, camadas de raios complementavam as imagens do telão, que mesmo resvalando na breguice noventista, escapava pelo contexto e história estética construída pela dupla nas duas últimas décadas. Entre hits do passado, as músicas do disco de 2015 se inseriam sem perda de qualidade, comprovando a qualidade das produções do The Chemical Brothers. Os caras arrebentam em qualquer estilo que se proponham se aventurar.

Se visualmente a pirâmide do Daft Punk continua reinando absoluta entre as apresentações de música eletrônica, sonoramente o que os irmãos químicos fazem ao vivo deixa praticamente todos os outros para trás. Operando o hardware ao vivo, tocando mesmo, eles montam e desmontam as músicas com uma precisão admirável. Quem fica perdido olhando pra uma tela de computador é o público, não os artista, na tentativa de registrar um pouco da psicodelia.

Não estava lotado, longe disso. O prejuízo foi grande, o aprendizado ainda maior. Mesmo entendendo a situação econômica atual (e o ingresso não era barato, por conta dos custos também altos), uma pena uma cidade receber um show desse porte e a casa estar vazia (fazia 16 anos que não se apresentavam por aqui). Um show que transcende o rótulo “música eletrônica”. É uma instalação artística, coisa pra ser vista por qualquer um que aprecie esse tipo de coisa, independente do gosto musica. Quem viu, viu.

Felizmente,  para cada pessoa que só vai se for de graça (VIP é quem paga, ô conceito difícil de implementar nessa cidade…), que reclama das tentativas de salvar um show do prejuízo, tem outras 10 que apoiam, que fazem acontecer e valorizam o esforço que é botar shows como esse de pé.

Na segunda, dia seguinte ao show, Facebook e Instagram estavam abarrotados de relatos de fãs muito felizes com o show. E também mensagens de apoio ao Queremos! após as polêmicas, como esse comentário, na foto que a dupla fez com o poster do show (único registro oficial, já que são reservados não deram entrevista nem pro vídeo oficial – a única que já consegui com eles, foi na marra).

Chemicalbrothers_rio_2015_queremos_2

 

Ou essa:

Chemicalbrothers_rio_2015_queremos

Ainda essa rolou essa belezura, como um presente para fechar o ciclo. Vem 2016, vem que vai ser ainda melhor.

chemical brothers queremos print facebook

sexta-feira

18

setembro 2015

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Aldo The Band, “Giant Flea” (2015)

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Não cheguei a ouvir o primeiro disco do Aldo The Band (dos irmãos Faria, do Faria & Mori, comentado por aqui em 2011)  – o nome é tão esquisito (ruim mesmo) que não despertou curiosidade. Achava quer era uma coisa meio “rock brasileiro” e ouvindo o segundo disco, “Giant Flea”, é bem mais eletrônico do que esperava. Embora seja bastante referencial, soando como LCD Soundsystem e todas as referências que eles mesmos utilizaram, pós-punk e etc, é muito bem feito e soa como algo bom pra pista. Curioso para ver ao vivo.

segunda-feira

2

fevereiro 2015

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Transcultura #157: Viet Cong // Super Bowl

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Transcultura_OGlobo_VietCong_2014

Texto da semana passada para “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo.

Banda canadense Viet Cong arranca elogios da crítica com disco de estreia
Álbum é uma boa trilha para curtir um sábado de sol com um belo casaco de moletom preto na praia
por Bruno Natal

Mesmo morando a muitos quilômetros do delta do Mekong, um grupo de canadenses formou uma banda e resolveu batizá-la com o nome dos guerrilheiros vietnamitas: Viet Cong. Contando com o baixista Matt Flegel, o baterista Wike Wallace (ex-integrantes do grupo de art noise Women) e os guitarristas Scott Munro e Daniel Christiansen, a batalha dos residentes de Calgary é no pós-punk. A essa base, somam-se influências mais distantes, como industrial, drone, krautrock, metal e sons góticos.

A primeira prova da banda veio com a demo “Cassettes”, lançada em 2014. As densas camadas de sintetizadores e guitarras dissonantes trouxeram comparações com Guided by Voices, Wolf Parade, Interpol, Deerhunter, Echo & The Bunnymen e, obviamente, Joy Division.

Amargura e melancolia

Não demorou muito e saiu o sorumbático disco de estreia do Viet Cong, homônimo, arrancando notas altas em publicações como “Spin” e “Pitchfork”. O disco vem três anos após a morte de Christopher Reimer, guitarrista do Women, com apenas 26 anos, o que decretou o fim da banda. Antes disso, em 2010, o grupo já havia entrado num hiato após uma briga no palco.

As faixas são carregadas dessa amargura e melancolia, não apenas na sonoridade, mas também nas letras, com passagens como “Não quero encarar o mundo/ É sufocante, sufocante” (em “Death”); “Eu sei que você olha as coisas para esquecer/ Conheço o mundo como um arrependimento” (em “Silhouettes”); ou “Cheque sua ansiedade/ Não é preciso sofrer em silêncio” (em “Continental”).

“Viet Cong”, o disco, fecha com um transe de 11 minutos chamado “Death”, que começa de maneira suave antes de explodir em viradas de bateria e guitarras distorcidas. Uma boa trilha pra curtir aquele sabadão de sol com um belo casaco de moletom preto na praia.

Tchequirau

Domingo é dia de Super Bowl, evento máximo para os amantes da bola oval. O show do intervalo é um dos espaços mais desejados por artistas pop, por se tratar do evento musical mais assistido do ano. E a escolha desse ano – como todos os anos – gerou polêmica e reclamações: Katy Perry.

sexta-feira

28

novembro 2014

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A missa do Tame Impala

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O resumo do culto foi esse aqui, num mashup das letras:

Why won’t you make up your mind? Give me a sign!

And you will never come close to how I feel
You will never come close to how I feel

AAAAAH
Why won’t they talk to me?

And I boast that it is meant to be
But in all honesty I don’t have a hope in hell

That you are all you’re meant to be
When the one from my dream
Is sitting right next to me
And I don’t know what to do, oh alter ego

I know that I gotta be above it now
And I cannot let them all just bring me down
Gotta be above it…

Me and my love we’ll take it slow.
I hope she knows that I’ll love her long,

It’s been so long since I held your hand
You don’t know how hard it can be

Nothing that has happened so far has
Been anything we could control.

It feels like I only go backwards baby.
Every part of me says go ahead.
I got my hopes up again, oh no… not again.
Feels like we only go backwards darling.

Everything is changing,
And there’s nothing I can do
My world is turning pages
While I am just sitting here

quarta-feira

15

outubro 2014

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O vôo baixo de "Wonder Where We Land", do SBTRKT

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SBTRKT

Repleto de participações indie-estreladas (Ezra Koening do Vampire Weekend, Warpaint, A$AP Ferg, Caroline Polachek do Chairlift e a volta de Sampha e Jesse Ware), o aguardado segundo disco do SBTRKT ficou pelo meio do caminho.

Distanciando-se do pop do anterior, que ainda oferecia caminhos para trilhar, acabou soando como cabecismo forçado e um tanto genérico. Pitadas de James Blake, Flying Lotus, sem chegar perto da qualidade de nenhum deles.

Tem bons momento ainda assim, timbres lindões e boas programações. E é sempre mais legal uma mudada de direção, mesmo que derrape, do que simplesmente repeteco do que já foi feito. Ficou faltando algo, no entanto.