black alien Archive

segunda-feira

15

abril 2019

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Black Alien engata a terceira em “Abaixo de Zero: Hello Hell”

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Pode ainda não ser um sucessor no nível do seu disco de estreia, “Babylon by Gus Vol. 1 – o Ano do Macaco”. Porém, comparado com “Vol. 2 – No Princípio era o Verbo”, Gustavo Black Alien deu um salto monumental.

Em “Abaixo de Zero: Hello Hell”, seu terceiro disco solo, o Mr. Niterói retorna com rimas afiadas e novamente elaboradas, mais uma vez repletas de referências cinematográficas e musicais.

Black Alien desafia-se em beats de andamentos mais rápidos – e com o flow mais ligeiro também. Produzidas por Papatinho, do ConeCrewDiretoria, as batidas remetem demais ao trabalho de sua própria banda, embora sejam aqui muito melhor aproveitadas por um rapper do calibre do Black Alien.

E a verdade é que em seu trabalho, os beats vem em segundo plano, Black Alien pode transformar qualquer base em ouro.

Sendo bem mais direto sobre tudo que passou em relação a sua luta pra se livrar da dependência das drogas nesses últimos 15 anos, fazendo auto crítica, dessa vez Black Alien já abriu mais o escopo e encaixou também outros assuntos.

Enquanto o inegável aspecto catártico de falar da sua experiência é claramente importante para Black Alien, o ressurgimento da sua faceta mais aguda, do cronista urbano, é o fato a se comemorar.

As letras trazem de volta também o Black Alien mais sacana, divertido e anárquico. Se os tempos de doideira ficaram para trás, as loucuras de suas letras ainda são muito bem vindas.

Seria um desafio interessante pra ele próprio se num próximo disco não focasse mais nesse assunto, deixando finalmente seus bichos no passado e focando no agora e em tudo que está a seu redor.

Que o próximo não demore tanto. A capa, criada pelo rapper e designer Parteum, mostra um Black Alien reconstruído, inserido num mosaico finalmente colorido – e de cabeça pra baixo.

Gustavo acelerou, engatar a quinta marcha parece questão de tempo.

quarta-feira

6

janeiro 2016

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Os bons discos nacionais de 2015

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urbe_bonsdiscosnacionais2015

É chegada a hora de fechar a tampa de 2015, começando pelos discos nacionais. Ao contrário do quem muita gente falou por aí, não me empolguei  muito com a safra não. Na realidade, minha lista de melhores do ano é quase uma coleção do discos que ouvi com mais atenção. Abaixo, a classe Brasil de 2015, como sempre em nenhuma ordem especial, afora o primeiro colocado.

Aqui estão as listas de Bons Discos Internacionais de 2015 e de Bons Shows de 2015.

O disco nacional de 2015:

GC - GE - URBe

Gal Costa, “Gal Estratosférica” 

“Não sei porque o Chico Buarque ainda lança disco. Se é pra ser essa mesma pasmaceira de sempre, melhor parar”. “Quem o Caetano acha que é? O cara tem mais de 70 anos e lança disco de rock como se tivesse 20? Ele tem que fazer o que sabe fazer bem”. Realmente a vida de medalhão não deve ser fácil, é difícil agradar a moçada. Gal, no entanto, desde o disco anterior, “Recanto”, vem conseguindo rejuvenescer sua obra sem olhar demais para o passado ou para o futuro. Juntou-se a uma turma mais nova e absorve modernidades o mesmo tanto que enxarca a molecada de experiência. Uma aula de como não se perder nos próprios caminhos.

Benjao hardcore nego URBe

Benjão, “Hardcore Nêgo” 

Cícero - a praia urbe

Cícero, “A Praia”

letuce estilhaça urbe

Letuce, “Estilhaça” 

cidadao instigado fortaleza urbe

Cidadão Instigado, “Fortaleza” 

bixiga 70 bixiga 70 2015

Bixiga 70, “Bixiga 70”

elza a mulher URBe

Elza Soares, “A Mulher do Fim do Mundo” 

Boogarins manual urbe

Boogarins, “Manual” 

siba de baile solto urbe

Siba, “De Baile Solto” 

alberto continentino ao som dos planetas urbe

Alberto Continentino, “Ao Som dos Planetas”

ava rocha ava patrya yndia yracema

Ava Rocha, “Ava Patrya Yndia Yracema”

Black-Alien no principio urbe

Black Alien, “Babylon By Gus – Vol. II: No Príncipio Era o Verbo” 

bengao seletores transmutação URBe

Bnegão & Seletores de Frequência, “Transmutação”

instituto violart

Instituto, “Violar”

Emicida Sobre_Crianças,_Quadris,_Pesadelos_e_Lições_de_Casa URBe

Emicida, “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos & Lições de Casa… “

 

quinta-feira

3

setembro 2015

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Black Alien, “Babylon by Gus Vol II: No Princípio Era o Verbo” (2015)

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BlackAlien_Noprincipioeraoverbo_babylonbygusvolI

A saga foi longa e tortuosa (amplamente documentada aqui no URBe através da tag /black-alien, inclusive a frustrada primeira tentativa de voltar aos palcos), por isso, mesmo antes de ouvir, é uma alegria poder dizer: “Babylon by Gus Vol II: No Princípio Era o Verbo”, segundo disco do Black Alien, finalmente foi lançado.

Trata-se apenas do maior rapper do Brasil – e mesmo parado por 11 anos, ninguém alcançou. Só isso já faz a audição do disco obrigatória. Dá pra baixar ou escutar via YouTube abaixo. Salve o Mr. Niterói!

segunda-feira

15

dezembro 2014

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Transcultura #154: Dônica // Black Alien

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Transcultura_Donica_OGlobo_2014

Texto da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo.

O passo da Dônica
Com influências que vão do rock progressivo ao Clube da Esquina, o novato grupo carioca pula o circuito independente e lança seu primeiro EP digital direto por uma grande gravadora
por Bruno Natal

Contrato com a Sony, campanha de lançamento da primeira música com depoimentos em vídeo de Baby do Brasil, Vik Muniz e Fernanda Torres e abertura de show do Jota Quest. Pouco comuns para um grupo de rock de moleques entre 17 e 18 anos, esses são alguns dos fatos que acompanham a Dônica, banda carioca que fatalmente carregará por algum tempo o subtítulo “banda do filho caçula do Caetano”.

Formada por José Ibarra (vocal e piano), Miguel “Miguima” Guimarães (baixo), André “Deco” Almeida (bateria), Lucas Nunes (guitarra) e Tom Veloso (composições), a Dônica segue um caminho pouco usual para uma banda alternativa. Indo direto para uma gravadora multinacional, pulando o circuito independente, aposta num modelo tradicional e não na internet, como é natural para grande parte das bandas pós-2000.

— Não hesitamos em assinar com a Sony porque queremos que nossa música não fique restrita. Teremos muita mais visibilidade tanto no Brasil quanto no exterior. Apesar disso, não acreditamos que pulamos o caminho alternativo. Sempre que podemos tocamos em lugares mais underground, como foi o caso do nosso show na Cena Cultural do Baixo Gávea — explica Miguima.

Berço não é mérito, e também não é problema. O EP homônimo, produzido por Daniel Carvalho e Berna Ceppas no estúdio Maravilha8 e lançado nesta semana em formato digital, transpõe para o disco a energia que a Dônica mostra no palco. O teclado, a boa performance vocal e a presença de Ibarra são centrais, e o visual anos 1970 e a inquietude mostrada ao vivo unem-se às matrizes setentistas e oitentistas mais introspectivas escolhidas pela banda. É música pra se cantar junto, mesmo que as letras sobre um macaco extraterrestre que chega à Terra agarrado na cauda de um cometa (“Macaco no caiaque”) ou viagens a Caraíva (“Casa 180”) não soem exatamente pop num primeiro momento.

— Nós nos conhecemos na escola e a partir de encontros musicais na casa do Deco, o baterista, a banda tomou forma com o tempo. Vimos o Miguima tocando em um sarau e nos apaixonamos, chamamos pra tocar, e ele aceitou — recorda Ibarra, falando sobre o baixista talentoso, que parece um adolescente com mão de adulto, tamanha é sua técnica.

Em seu perfil no Facebook, a Dônica anuncia suas influências: o rock progressivo do Pink Floyd, Supertramp, Yes, Emerson Lake & Palmer, mais Caetano, Mutantes, Lenine, Queen, jazz, clássico e, talvez a referência mais gritante, Clube da Esquina.

— Nossos pais foram os maiores responsáveis por essas referências antigas, nos educando musicalmente. Compor é nada mais que tirar de dentro alguma coisa que já estava lá e botar para fora, por isso soamos antigos. É natural, não proposital. Gostamos também de Milton, Gil, Chico, Toninho Horta, Take 6, Alt-J. Artistas nos influenciam tanto por sua música como por sua identidade visual — lista Ibarra.

Entre seus contemporâneos, a Dônica lista alguns nomes do Rio como Baleia e Castello Branco.

— Baleia é a banda da nossa geração de que mais gostamos. Também gostamos de Nitú, Mara Rúbia e Sinara. Conhecemos faz pouco tempo o trabalho do Castello Branco, e nos pareceu interessante a combinação da voz com o violão, nos lembrou um pouco Jeff Buckley — conta Miguima.

Nas fotos sempre constam cinco integrantes. Em cima do palco, no entanto, são apenas quatro. A participação de Tom Veloso é curiosa, exclusivamente como compositor. Recentemente ele compôs com seu pai e Cézar Mendes a canção “O Sol, eu e tu”, que está no novo disco da fadista portuguesa Carminho.

— O Tom é como qualquer outro membro da banda: vai aos ensaios, dá suas opiniões em arranjos e composições. Somente não sobe no palco por não conseguirmos encaixar um violão nos arranjos e por sua timidez. Ele não é maior nem menor que os outros por não tocar nos shows. Dentro da banda, somos todos iguais — esclarece Miguima.

Tchequirau

Após anos de suspense e algumas músicas lançadas de maneira individual, finalmente Black Alien lançou a primeira faixa do seu aguardado “Babylon By Gus Vol. II – No Princípio Era o Verbo”. Com produção de Alexandre Basa, em “Terra” Black Alien surge em ritmo de aquecimento. Espera-se muito mais do resto do disco.

quinta-feira

11

dezembro 2014

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Nova do Black Alien, "Terra"

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BlackAlien_terra

Desde que iniciou sua volta as atividades e seu segundo disco, “Babylon By Gus, Vol. II – No Princípio Era o Verbo”, o rapper Black Alien já soltou algumas músicas (“Rolo Compressor”, “Para Quem a Carapuça Caiba”, “Homem de Família”, “A Identidade É”, cacos de ideias e duas outras que já tinha prontas), algumas com mais cara de rascunho do que de trabalho finalizado.

Após o reinício da campanha de crowdfunding para o disco, a primeira com pinta de lançamento oficial (mesmo que não revelada se é parte de “BBGII” ou não) foi “Jah Na Contenção”, um ano atrás (produzida por Papatinho do ConeCrewDiretoria).

Essa semana os financiadores do disco finalmente receberam o link para ouvir a primeira música do “BBGII” – obviamente já upada no YouTube. Produzida por Alexandre Basa, que produziu o BBGI”, “Terra” ainda está abaixo do muito que se espera desse disco. Lutando contra tanta coisa nos últimos anos, Black Alien soa ainda travado. O timbre da voz está lá, o flow também, mas “Terra” é reta, não tem as pirações criativas características de tudo que o niteroiense encosta a mão.

Ao menos, começou. Agora é esperar as próximas.