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junho 2012

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Los Hermanos, mais uma vez

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Camisetas piratas vendidas na porta

Não faço ideia de quantos shows do Los Hermanos já assisti, nem pela tag da banda aqui no URBe dá pra ter muita noção. Dos pequeninos na PUC e Ballroom, ao Rival vazio no dia que a cidade foi “fechada” por traficantes; de vários no Canecão com abertura de bandas independentes, ao de número 500 no Circo Voador, de 8 mil pessoas no Metropolitan, a série de shows de despedida na Fundição Progresso. Mesmo assim – ou por isso mesmo – conferir um dos shows comemorativos dos 15 anos da banda era obrigatório.

Deixei para a última noite da temporada e, pelo que ouvi, dei sorte. Houve show em que o som simplesmente parou de funcionar por problemas no gerador, então, comparado a isso, o tradicional bololô sonoro da Fundição, somado aos berros dos fãs, era cristalino.

Não faço a menor ideia de como solucionar a equação, visto que seriam necessário duas semanas cheias no Circo Voador (capacidade de 3 mil pessoas) para atender a quantidade de público recebida pela Fundição nas seis noites (capacidade de 7 mil pessoas), ou então encarar o Vivo Rio, que também pena com questões de acústica, mas que os hermanos e os hermaníacos mereciam um som melhor, ah, mereciam.

O cheiro de naftalina que poderia tomar conta do ambiente, ainda mais considerando-se que as carreiras individuais do Camelo e do Amarante seguem firmes, foi dissipado tão logo os primeiros acordes soaram. Em muitos aspectos, foi como se tempo algum houvesse passado.

Para os que acompanham a banda desde o começo, foi como ver um show antigo. Para os milhares de jovens que nunca tinham visto o Los Hermanos ao vivo, teve gosto de presente. Ao contrário do que indicavam os últimos shows esporádicos desde a despedida dos palcos pré-hiato, o grupo continua afiado, tão catárticos quanto antes da pausa.

Passado algum tempo, as músicas de todos os discos, por mais que sejam diferentes, se misturam de maneira mais coesa. Os fãs do primeiro disco (teve até a um dia renegada “Anna Julia”) pogam, a turma cult canta junto com o “Bloco do Eu Sozinho, a massa vem junto no bem sucedido comercialmente “Ventura” e até a placidez do “4” hoje empolga tanto quanto as músicas dos anteriores.

Alguns anos depois, nem dá pra saber se as cobradas músicas novas do Los Hermanos são necessárias, ou mesmo se fariam sentido. Pode ser que seja isso mesmo, os quatro discos, congelados no tempo, podendo ser revisitados eventualmente, quando convir, enquanto os integrantes tocam suas vidas em separado. Só o tempo dirá.

Após o sucesso de uma impressionante turnê de 24 datas, uma aula de produção e promoção, com média de público de 5 mil pessoas (e meia-entrada a R$ 80, faça as contas), todas as opções estão abertas. Conhecendo a banda, só eles decidirão o que fazer – e isso, quando quiserem.


As músicas, na foto do Ramon Moreira

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