quinta-feira

22

maio 2008

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A primeira vez

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MGMT, “Electric Feel”
fotos e vídeo: URBe

Sob o som de um delicado dueto de flautas, os integrantes do MGMT entraram em cena, um por um, adicionando seus intrumentos ao arranjo e mostrando que o viria a seguir não seria muito parecido com o disco “Oracular Spetacular”.

Ao longo da noite, as muitas referências de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser, da disco ao folk, do pop a eletrônica, foram se desmachando no palco, até uma se sobrepor a todas as outras: o rock psicodélico

As flautas etéreas se revelaram uma comprida introdução para uma versão mais chapada de “Electric Feel”. A partir daí, foi como se o repertório do disco estivesse sendo tocado de trás pra frente, sempre com mais peso na guitarra. O resto dos hits ficaram guardados para o final.

Vestido com uma túnica colorida e faixa no cabelo, apesar de não escrever as letras, o vocalista Andrew VanWyngarden dá o tom do show. New age, neo-hippie e viajandão.

A lista de ingressos para imprensa e convidados, por exemplo, estava atrelada a uma contribuição de cinco libras para uma instituição de caridade escolhida pela banda.

Numa pausa entre as canções, o vocalista VanWyngarden, olhou o Astoria de frente e disse “nunca tocamos num lugar tão grande”. O público parecia tão assustado quanto ele.

Pode ser que o nervosismo, a falta de quilometragem na estrada ou que o som embolado tenham atrapalhado a banda, mas o fato é que muita gente saiu antes do final do show.

Antes de debandar, uma dessas pessoas teclava no celular (impossível não ler aquela telinha azul piscando na sua frente no escuro…) algo como “meu Deus, o MGMT é o pior pesadelo do Pink Floyd”.

A reação é compreensível. Ao vivo, a banda não atende as expectativas pop criadas pelas músicas de maior sucesso de “Oracular spetacular”.

Não que isso seja exatamente uma crítica negativa. Simplesmente, as músicas não surgem tão dançantes e estruturadas como em boa parte do disco.

Certamente, é bem diferente do que se pode esperar — a escolha de tocar uma versão de “Mindless child of motherhood”, do Kinks, não deixa dúvidas disso.

Isso não quer dizer que seja ruim, apenas diferente do que se espera, o que é até bom. Sabendo disso, na segunda vez possa ser ainda melhor.

Depois de saírem brevemente do palco, Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser voltaram, sozinhos, para cantar “Kids” sobre uma base pré-gravada. Em seguida, parte da banda também voltou e tocaram uma música inédita, “Dancing on the beach”.

Num bate-papo rápido após o show (que será extendido numa entrevista, a ser feita nessa sexta), Andrew van Wyngarden disse que estão muito empolgados com a ida ao Brasil, confirmando que irão tocar no TIM Fest.

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